Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024

Edinho, ex-goleiro e filho de Pelé, é absolvido das acusações de tráfico de drogas e associação ao crime

A Justiça de Praia Grande, no litoral de São Paulo, absolveu o ex-goleiro e filho de Pelé, Edson Cholbi Nascimento, o Edinho, das acusações de tráfico de drogas e associação ao tráfico. Na mesma decisão, Ronaldo Duarte Barsotti de Freitas, o Naldinho, apontado como chefe de uma quadrilha e desaparecido há quase 16 anos, foi condenado a 25 anos de prisão. Ainda cabe recurso sobre a decisão.

O ex-goleiro, Naldinho e outros 16 foram presos em 2005, durante a Operação Indra, realizada pelo Departamento Estadual de Investigações sobre Narcóticos (Denarc). Na ocasião, o filho de Pelé negou ser um dos integrantes da quadrilha e declarou ser apenas dependente de drogas.

O documento da decisão cita nove réus, sendo que Edinho foi o único a ser absolvido por falta de provas suficientes para condená-lo. O advogado Eugênio Malavasi, que representa o ex-goleiro, comemorou a decisão e lembrou que o cliente já foi condenado a 33 anos de prisão por lavagem de dinheiro, em um processo relacionado. Ele cumpre a pena em regime aberto.

“Ele foi absolvido [dos crimes de tráfico de drogas e associação ao tráfico]. Portanto, ele lavou dinheiro do que? De qual crime? Razão pela qual eu entendo que é injusta a condenação do Edinho também no crime de lavagem. Eu vou tomar as devidas providências legais”, afirmou Malavasi.

Ainda de acordo com a decisão, quatro réus tiveram a punibilidade extinta por conta da prescrição. Ou seja, o Estado perdeu o direito de puni-los pelos crimes.

Condenados

Naldinho foi condenado a 25 anos de prisão em regime fechado, além do pagamento de 720 dias-multa. De acordo com as investigações, ele era o líder da organização criminosa que explorava o tráfico de drogas na Baixada Santista e tinha ligação com o Comando Vermelho, no Rio de Janeiro.

O réu desapareceu em 29 de dezembro de 2008, enquanto estava em regime aberto. Assim como Edinho, ele também foi condenado a 33 anos de prisão por lavagem de dinheiro oriundo do tráfico de drogas. Há quem acredite que Naldinho teria sido morto, e também quem aposte que ele fugiu.

Maurício Louzada Ghelardi, o Soldado, recebeu uma pena de 21 anos de reclusão, bem como o pagamento de 350 dias-multa. Ao g1, o advogado Felipe Pires de Campos afirmou que continuará trabalhando para provar a inocência do cliente.

“As interceptações telefônicas utilizadas, as quais são de quase 20 anos atrás, são extremamente frágeis e a defesa buscará a anulação das mesmas”, afirmou Felipe.

Além deles, Clóvis Ribeiro, o Nai, e Ademir Carlos de Oliveira, foram condenados a 18 e 25 anos de prisão e o pagamento de 300 e 720 dias-multa, respectivamente.

A advogada de Ademir preferiu não se manifestar sobre a decisão, enquanto as defesas de Naldinho e Clóvis não foram localizadas.

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