Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025

Eike Batista tenta se lançar pela segunda vez como consultor de negócios

Em meio às negociações em torno do processo de falência da MMX, a mineradora de seu antigo império empresarial, e de volta ao “showbiz” com sua cinebiografia não autorizada em cartaz nas salas de cinema de todo o País, o empresário Eike Batista está de volta ao mercado de consultoria, no qual se aventurou em 2018-2019, até ser preso pela segunda vez.

A ideia é voltar a dar “mentorias”, como são chamadas as consultorias personalizadas para negócios nascentes. Nelas, geralmente, empresários mais experientes atuam como “mentores” de iniciantes.

O anúncio do retorno de Eike foi feito nas redes sociais. Desde 2019, o empresário tem se mantido afastado das redes sociais e dos holofotes, dedicado a negociações envolvendo a falência da MMX. Conforme a publicação em sua conta no Instagram, o empresário diz que o retorno se dá “após muitos pedidos no nosso perfil”.

A publicação começa com o anúncio do retorno às consultorias. O texto informa que o empresário Luís Fernando Câmara, dono da rede de escolas de oratória Vox2You, “estará organizando novas ‘mentorias’ com Eike Batista, onde o mesmo continua sempre com o papel de incentivar empreendedores a fazer um Brazil (sic) melhor com projetos transformacionais”. O texto do anúncio é assinado “by (sic) Equipe do Eike”.

Em seguida, traz um vídeo institucional de propaganda dos serviços de consultoria e mentoria. Nas imagens, Eike aparece fazendo uma apresentação para um grupo de menos de dez pessoas, numa sala de reuniões. Pelo vídeo, não é possível identificar a data da apresentação.

Além disso, o vídeo traz depoimentos de seis homens, aparentemente ex-clientes ou ex-participantes de cursos. Nenhum deles se identifica no vídeo. “Pensar grande, fazer diferente, impactar. A partir de hoje vi que isso é próximo, não é difícil”, diz um deles.

“Visão 360 graus”

Outro depoimento ressalta a “visão 360 graus” apresentada na consultoria, enquanto mais outro destaca que Eike “pensa no macro, em negócios grandiosos”. Mais outro diz, no vídeo, que “hoje o dia foi marcante para mim, com toda essa carga de conteúdo”.

“Poder ficar o dia inteiro com a gente, ensinando isso, transmitindo isso, ouvindo o nosso negócio, tentando entender o que a gente esta fazendo, tentando botar a gente no caminho certo. Deu para ver que ele faz de coração”, garante mais um depoimento.

Câmara, empresário que organiza as novas “mentorias”, conhece Eike desde 2009, como contou ao Estadão, em 2016. Em fevereiro daquele ano, o ex-bilionário comprou 20% da Vox2You. Segundo reportagem do site Brazil Journal, antes de investir no negócio, Eike levou executivos de seu grupo empresarial, em 2015, para fazer cursos de oratória na rede.

A Vox2You terminou 2016 com duas unidades no interior de São Paulo. Atualmente, é “a maior rede de escolas de oratória da América Latina”, como informa o site da empresa, que já teria “transformado a vida de mais de 24 mil alunos que se apaixonaram não apenas pelo curso, mas pela experiência única”.

Além de Eike como investidor, a rede teve como cliente o empresário Jorge Paulo Lemann, da 3G Capital, empresa de investimentos que mantém participação em multinacionais como a fabricante de bebidas AB InBev.

Lemann é o homem mais rico do Brasil, conforme índice calculado diariamente pela agência Bloomberg, que contabiliza para o brasileiro uma fortuna de US$ 18,8 bilhões. O bilionário chegou a gravar um vídeo ao lado de Câmara, sobre oratória.

Câmara seguiu próximo de Eike mesmo após a derrocada do império empresarial do ex-bilionário e seus problemas com o Judiciário. Em agosto de 2018, quando Eike já tinha voltado para casa após passar 90 dias preso, em 2017, o dono da Vox2You gravou um depoimento para uma reportagem do Conexão Repórter, do SBT, que tratou da saga do ex-bilionário.

Em um trecho do programa, o jornalista Roberto Cabrini pergunta a Câmara se ele entregaria seus investimentos a Eike, no que o empreendedor responde: “Entrego, acredito muito nele. Ele é um soldado do Brasil”.

Sem as empresas que o tornaram, em 2012, a sétima pessoa mais rica do mundo, empresário leva vida discreta, com poucos negócios e certo mistério sobre suas atuais fontes de renda. A petroleira OGX, maior empresa do Grupo X, foi estopim da derrocada financeira de Eike Batista.

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