Sexta-feira, 15 de novembro de 2024

“Ele queria matar Alexandre de Moraes”, diz ex-mulher de autor do atentado à Polícia Federal

Encontrada pela Polícia Federal (PF) no interior do Estado de Santa Catarina (SC), a ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz, autor do ataque à bomba na Praça dos Três Poderes, em Brasília, disse a agentes da PF que ele “queria matar o ministro Alexandre de Moraes e quem mais estivesse junto na hora do atentado”.

As informações foram registradas informalmente pela Polícia Federal e ela foi conduzida à delegacia para formalizar todas as declarações em depoimento formal. Daiane, a ex-companheira do autor do atentado, disse ainda aos agentes da PF em SC que Francisco Wanderley chegou a fazer e compartilhar pesquisas no Google para planejar o atentado que executou na quarta-feira (13).

Segundo o relato, assim que recebeu os registros das pesquisas feitas pelo ex-marido, Daiane perguntou: “Você vai mesmo fazer essa loucura?”.

Francisco Wanderlei Luiz, ex-candidato a vereador em 2020 pelo PL de Santa Catarina, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, era conhecido por publicar ameaças contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), políticos e outras figuras públicas nas redes sociais. A PF encontrou, no Distrito Federal, inscrições no espelho da casa ocupada por Francisco relacionadas aos eventos de 8 de janeiro.

No espelho casa que alugou em Brasília, Francisco escreveu:

“DEBORA RODRIGUES, Por favor não desperdice batom. Isso é para deixar as mulheres bonitas. Estátua de m**** se usa TNT.”

Para a PF, a mensagem deixada no espelho era uma referência à Debora Rodrigues, presa em 2023 após ser identificada pela PF por ter vandalizado a Estátua da Justiça com a inscrição “Perdeu, Mané”.

Novas ameaças

O Supremo recebeu um e-mail com uma ameaça nessa quinta-feira (14), após um ataque com explosivos deixar o autor morto na noite de quarta-feira. As informações são da jornalista Daniela Lima, da Globonews. O autor da mensagem ao STF citou o responsável pelo ataque de quarta, identificado como Francisco Wanderley Luiz, e diz que há uma luta contra o Supremo, e que não haverá descanso até que o STF seja eliminado.

O episódio foi citado pelo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Passos Rodrigues. Uma foto de uma arma de fogo ao lado de dois livros religiosos acompanha o e-mail, segundo a jornalista. O e-mail foi enviado para a presidência, a ouvidoria e a área de tecnologia da informação do Supremo. Andrei Rodrigues afirma que o responsável pelas explosões de quarta-feira agiu sozinho, mas que grupos extremistas seguem ativos, tendo agido em atos similares em anos anteriores.

“Quero fazer um registro da gravidade dessa situação que nós enfrentamos ontem. Que apontam que esses grupos extremistas estão ativos e precisam que nós atuemos de maneira enérgica. Não só a Polícia Federal, mas todo o sistema da Justiça Federal. Entendemos que o episódio de ontem não é um fato isolado, mas conectado com várias outras ações”, declarou.

 

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