Quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 28 de setembro de 2024
Com a Seleção Brasileira ainda em situação delicada nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, o técnico Dorival Júnior convocou 23 jogadores para os jogos de outubro contra Chile e Peru com poucas mudanças em comparação à lista inicial da convocação anterior. A relação tem dois atletas chamados pela primeira vez para a equipe principal, o lateral-esquerdo Abner e o atacante Igor Jesus, e quatro outros que retornam: Vanderson, Bremer, Raphinha e Martinelli.
Em busca de tornar a Seleção uma equipe confiável – palavra que repetiu diversas vezes na entrevista que se seguiu à convocação –, Dorival talvez até mudasse menos não fosse a grave contusão de Pedro, do Flamengo, e o fato de o palmeirense Estêvão estar retornando agora de contusão. Isso abriu brecha para a volta de Raphinha e a primeira convocação de Igor Jesus.
Mexida mais significativa ele fez nas duas laterais. Do lado direito, Vanderson, que não era chamado desde que Ramón Menezes dirigiu o time, em 2023, ganhou a preferência que foi de William e de Yan Couto. No esquerdo, Abner, formado pelo Athletico-PR e que está no futebol francês, foi chamado no lugar de Wendell.
O Brasil enfrenta o Chile dia 10 em Santiago e o Peru cinco dias depois no Estádio Mané Garrincha, em Brasília. Depois de oito rodadas das Eliminatórias, a Seleção é apenas a quinta colocada, com 10 pontos (supera a Venezuela no saldo de gols). Vai enfrentar os dois piores das Eliminatórias. Os chilenos são os penúltimos, com 5 pontos, e os peruanos os últimos, com apenas 3.
“Voltar a ter uma equipe confiável é tudo que nos queremos. O trabalho é incessante no alcance de uma regularidade. Tudo isso vai acontecer em algum momento’’, confia Dorival. “Tudo vai muito das convicções que você tem. Estamos a dois anos de uma competição (a Copa do Mundo) que vai ser a mais importante dos últimos anos, por tudo que passamos”, afirmou.
Dos 23 convocados, apenas quatro atuam em clubes brasileiros. O Botafogo, semifinalista da Libertadores e líder do Brasileirão, tem dois atacantes na lista: Luiz Henrique e Igor Jesus. O Flamengo cedeu o meio-campo Gerson e o Atlético-MG será representado pelo lateral Guilherme Arana.
“Estamos em um momento que perdemos Richarlison e Pedro. Necessariamente, isso fez com que ampliássemos o leque de observações. Chegamos ao Igor Jesus, que vem se destacando, fazendo um ótimo Campeonato Brasileiro, e sendo um dos destaques da equipe líder da competição”, afirmou o treinador sobre o centroavante do Botafogo.
Desabafo
O desempenho da Seleção sob a batuta do treinador ainda não convenceu. Nas duas últimas partidas, por exemplo, a equipe jogou mal tanto na vitória por 1 a 0 sobre o Equador como na derrota pelo mesmo placar para o Paraguai. Soma-se a isso o fato de o Brasil também ter decepcionado na Copa América – foi eliminada nas quartas de final, para o Uruguai, e venceu apenas um jogo no torneio.
A consequência é que o trabalho do treinador, que tem contrato com a CBF até o fim do ciclo da Copa do Mundo de 2026, tem sido bastante criticado. Isso o deixa em situação desconfortável, apesar de ele se dizer compreensível com as críticas.
“Todos nós queremos uma equipe confiável, jogando dentro das condições do futebol brasileiro. Existe uma reformulação, os jogadores estão tentando se conhecer. Para uma equipe em montagem, em definição, você teria de estar trabalhando e repetindo a todo momento’’, disse Dorival, que acrescentou. “Hoje eu entendo por que muitos treinadores na Europa talvez não queiram estar à frente de uma Seleção. O tempo de trabalho é curto, a responsabilidade é maior.”
Dorival Júnior, porém, defende que há pontos positivos a serem destacados no trabalho. “O que tem passado confiança é que nossa retomada de bola, nossa marcação, tem funcionado. O abastecimento ao nossos homens de ataque é o desafio grande. O futebol brasileiro sempre teve isso como ponto mais importante e principal da maioria das nossas seleções. É isso que eu gostaria que acontecesse, uma equipe com liberdade de movimentos e criação muito maior”, explicou o treinador.
A Seleção treinará no CT do Corinthians antes da viagem para encarar o Chile, em Santiago. Após o confronto, o elenco retorna ao Brasil, diretamente para Brasília (DF).