Domingo, 08 de setembro de 2024

Em Nova York, Eduardo Leite e demais chefes de Estado debatem a abertura de novos mercados

No coração financeiro dos Estados Unidos, o Grupo Voto reuniu, nesta terça-feira (9), empresários brasileiros e estadunidenses para conversar com três chefes de Estado: Eduardo Leite, do Rio Grande do Sul; Ratinho Junior, do Paraná; e Mauro Mendes, do Mato Grosso. Em almoço do Brasil de Ideias, os líderes reforçaram a necessidade de acelerar a competitividade do país, desinchando a máquina pública e olhando com atenção para a segurança alimentar, a tecnologia e o potencial subaproveitado de energias renováveis.

Também como speaker do fórum, o secretário de Desenvolvimento Econômico de São Paulo, Jorge Lima, ressaltou que o estado mais populoso do país vem de quedas recorrentes, sobretudo na indústria. 

“Tínhamos um PIB de 37% que hoje é de 33% (no cenário nacional), ano a ano fomos perdendo protagonismo. Representávamos 36% da liderança da indústria, que hoje significa 28%. Estamos com um desequilíbrio de PIB no Estado.” Em 100 dias, a gestão liderada por Tarcísio de Freitas conseguiu captar R$ 40 bilhões no mercado externo e o projeto é fechar o ano em R$ 120 bilhões, afirmou Lima. 

Prefeito de Osasco (SP), cidade que mais gerou empregos em plena pandemia e berço das empresas unicórnio no Brasil, Rogério Lins, compartilhou o case da cidade que incrementou a política de incentivos fiscais e viu a arrecadação triplicar em três anos. 

“Hoje, 25% das empresas unicórnios estão na nossa cidade, um trabalho oriundo de uma política de ousadia, olhando sem medo para o futuro”, disse. Após a chegada do Mercado Livre, em 2016, e do iFood, em 2018, seguiram-se B2W, Dafiti, Facily, Rappi, Shopper e Ascenty – que neste ano abrirá sua quarta unidade local, com investimento de R$ 220 milhões. Uber e 99 estão finalizando suas sedes locais a serem inauguradas até o fim do ano.

Karim Miskulin, presidente do Grupo Voto, avalia o evento como uma formidável oportunidade para abertura de novos mercados, diante de um cenário político de incertezas, porém com um fabuloso capital brasileiro para o trabalho.  

“Quem ganha nesta construção é a sociedade. Movimentamos pessoas e negócios do mais alto calibre que resultam em investimentos internacionais, cujo fim sempre é o mesmo: melhorar a vida de quem trabalha e produz”, frisou Karim. 

Governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, com a presidente do Grupo Voto, Karim Miskulin e os governadores do Paraná, Ratinho Junior, e do Mato Grosso, Mauro Mendes. Foto: Thiago Zahreddine/Notório

Governadores vigilantes, segundo Eduardo Leite 

Eduardo Leite enfatizou que é preciso olhar para o Brasil, que cada vez mais amadurece na sua própria democracia. O governador disse que tem respondido muitos investidores sobre a economia nacional, mas que sempre insiste que – apesar de uma liderança no Planalto – há governadores e uma Câmara vigilante. Reforçou que há uma velocidade tímida no governo federal e que a política é necessária para abertura da ousadia técnica.

O tucano, diante de empresários do mais alto calibre do Brasil e dos Estados Unidos, também comentou sobre a importância de uma máquina pública leve e a necessidade de se fazer reformas. 

“Se antes fazia sentido, hoje não faz mais. O Estado não pode ser operador direto de áreas com amarras que se impõem ao poder público para gestão”, relatou.

Mato Grosso reforça a segurança alimentar 

Estado estratégico do agro brasileiro, produtor de alimentos e de commodities agrícolas, o governador Mauro Mendes ressaltou que há muitas formas de gerar energia em torno do mundo, mas apenas uma forma de produzir o alimento que sai da terra: com trabalho. 

“Grandes projeções apontam que o mundo até 2050 vai enfrentar importantes desafios, como o crescimento populacional, esse é um dado consolidado. Precisamos produzir alimento. E o que tem de novo nessa história? Eu respondo: as mudanças climáticas”, declarou Mendes.  

As mudanças climáticas, segundo o governador, afetarão os regimes de chuvas e, também, a produção de alimentos no planeta. Por isso, agora, produzir alimento e driblar as adversidades naturais é o desafio da humanidade, a segurança de que não pode faltar comida.

O berçário de capital humano do Paraná

Ratinho Junior, governador paranaense, foi categórico em dizer que a política precisa aprender com a iniciativa privada: ter planejamento estratégico, financeiro, pensar e agir a longo prazo, sem concentrar esforços pensando em um mandato apenas. “Quem pensou assim, foi reeleito. Conseguiram colocar seus estados em outro patamar de desenvolvimento.”

Ratinho ainda falou sobre o acerto de encontrar as vocações locais, dando ênfase para os potenciais humanos dos paranaenses: a produção de alimentos, o setor automobilístico (segundo no Brasil) e a celulose (líder nacional). Atualmente, o Estado lidera um grande programa de formação em tecnologia, com 150 mil jovens aprendendo programação.

“Nos próximos 10 anos, 65% das profissões estarão ligadas ao meio de tech, por isso estamos fazendo um berçário de mão de obra, para que as empresas dessa área possam investir no Paraná e ter capital humano para tocar a sua vida”, finalizou. 

O governador ainda conclamou investidores, ao atiçar para a oportunidade da privatização da companhia de energia, a Copelmi, que fatura R$ 28 bilhões ao ano. A ideia é transformar o modelo, inspirado na Intelbrás, dando tração ao crescimento. Além disso, em junho, será efetivada a parceria pública na área de saneamento básico. Serão três lotes à disposição do mercado, com prazo para exploração de 30 anos. O Estado tem 83% de cobertura no saneamento básico, nível de países europeus. 

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