Quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 2 de abril de 2024
O movimento de retorno aos seios naturais vem ganhando novas adeptas. Seja por estética ou por saúde, cada vez mais famosas se submetem ao explante de silicone. Carolina Dieckmann, por exemplo, realizou a cirurgia e explicou o motivo da remoção. “Me olhei no espelho e não reconheci meu corpo. Mais precisamente, meus seios”, disse em depoimento escrito por ela mesma para o portal “Mina Bem-Estar”.
Carolina, que colocou prótese para interpretar uma surfista na novela “Alto Astral”, também refletiu sobre pressão estética: “Até quando as pressões estéticas externas vão ditar os nossos processos? Será que é mesmo sobre o que achamos bonito ou é justo sobre aceitação? E até onde (e por que) nos permitimos ir numa busca de algo que talvez acalante os olhos, mas nunca o coração?.”
Ícone de beleza, Isabeli Fontana alertou sobre sintomas pouco divulgados. “Eu acordava de madrugada com uma dor no peito… Uma sensação de peso”, comentou nas redes. Já a apresentadora Rafa Brites avaliou os dois lados da vaidade.
“O meu corpo não precisa estar a serviço da sociedade. Precisa estar a serviço do meu bem-estar. Essa luta (pela vaidade) a gente nunca vence, a gente nunca descansa. A nossa valia vem pela beleza, pela juventude, porque a gente ainda não tinha o poder econômico e político”, declarou ao “Globo Repórter”.
Retirada de silicone: quando o explante é indicado
Em conversa com a Ela, Dr. Jairo Casali fala que o procedimento é feito prezando a saúde da mulher. “A remoção de implantes mamários de silicone, chamada de explante mamário, é uma cirurgia plástica que pode ser realizada por motivações estéticas, quando a mulher já não deseja ter mamas com aquela forma, ou por indicação médica específicas, quando há implicações comprovadas na saúde da paciente relacionadas ao uso do implante”, diz.
O cirurgião plástico salienta que, na ampla maioria dos casos, a questão estética ainda predomina, já que as complicações médicas do uso do silicone são estatisticamente muito pequenas.
Giovanna Antonelli, Manu Gavassi, Fiorella Mattheis, Amanda Djehdian e Monica Benini também são algumas das celebridades que passaram pelo processo de retirada.
Quanto tempo dura a cirurgia e como é sua recuperação
Dr. Jairo conta que a cirurgia de explante mamário consiste em duas partes: a remoção do implante de silicone e de sua cápsula e, em seguida, a reconstrução daquela mama, com pele, glândula e, muitas vezes, com enxertia de gordura da paciente, coletada por lipoaspiração.
“É uma cirurgia que pode durar em torno de 3h, com variações específicas de cada caso. Uma internação hospitalar de um dia costuma ser suficiente para se conduzir este tipo de caso. A recuperação costuma ser tranquila, com pouca dor e com cuidados mais intensos com a mama na primeira semana. A paciente pode voltar ao trabalho por volta do décimo dia de pós-operatório e voltar a ter atividades físicas após cerca de 30 dias”, detalha.
Como fica a mama após o explante
O volume da nova mama, segundo Dr. Jairo, certamente será menor, mas vai depender do quanto de glândula própria e de gordura mamária a mulher tinha antes do explante. “Casos em que o silicone respondia por grande parte do volume anterior das mamas são muito desafiadores”, afirma.
“É crucial que a paciente entenda que a mama provavelmente ficará muito menor, pois mesmo com uso de gordura, não se consegue chegar a volumes elevados por razões técnicas. No entanto, as mulheres que buscam essa cirurgia costumam ter essa expectativa já bem trabalhada. Geralmente, as cicatrizes mamárias resultantes são semelhantes às da cirurgia de mastopexia, ou seja, em formato de T ou ou L, e podem ter ótimo aspecto ao final, se bem cuidadas”, pontua.
Possíveis riscos da cirurgia
De acordo com Dr. Jairo, os riscos de uma cirurgia de explante, no geral, são os mesmos que todas as cirurgias das mamas.
“Pequenas intercorrências relacionadas à cicatrização são pouco frequentes. Já repercussões maiores à saúde da paciente podem ser prevenidas com um pré-operatório meticuloso, conduzido por um cirurgião plástico habilitado e experiente em instituições hospitalares com porte adequado. Preparo e planejamento sempre são fatores que diminuem riscos cirúrgicos”, destaca.