Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 17 de julho de 2023
A revisão dos contratos, que envolve atualização de ganhos, regulamentações de streaming e limite do uso de Inteligência Artificial, é algo totalmente novo para atores e roteiristas – e enquanto eles batalham lá pelos seus direitos, a maioria da população tenda entender o que se passa. Para ajudar, um guia básico da greve foi montado para entender as exigências dos grevistas.
Atores e roteiristas de Hollywood, representados pelo Sindicato de Atores (SAG – AFTRA) e Sindicato de Roteiristas (WGA), anunciaram a paralisação de seus trabalhos, isto é, a instituição de uma greve. Enquanto os roteiristas estão em greve desde 2 de maio, atores estão paralisados desde 13 de julho.
A paralisação aconteceu depois que as duas organizações não conseguiram chegar a um acordo com a Alliance of Motion Picture and Television Producers (AMPTP), associação que representa diversas empresas de produção de filmes e séries, como a Sony, a Disney, a Warner, etc.
As negociações fracassaram, em termos gerais, porque atores e roteiristas procuram uma atualização de seus contratos em uma era totalmente nova na indústria, principalmente por causa da dominância das plataformas de streaming e o uso de Inteligência Artificial.
Representados pela presidente do SAG, Fran Drescher, os atores pedem revisão de ganhos residuais por streaming, aumento de salários, regulamentação de uso de IA, limitação de testes de elenco pré-gravados, aumento de pensões e planos de saúde, atualização de períodos de contrato e outros tópicos de contrato.
Entre as demandas, os principais focos de discussão são os ganhos residuais. Como o ator Sean Gunn bem explicou recentemente, usando o caso de seu trabalho na série Gilmore Girls, ele recebe um valor fixo da Warner Bros Discovery pela simples inclusão da série na plataforma Netflix, independentemente do sucesso ou audiência da produção – assim como todos os elencos em diferentes produções já encerradas.
Para os atores, os ganhos residuais por seus trabalhos disponibilizados nas plataformas deveriam ser dependentes da popularidade de cada produção e valor da produção para a empresa. A ideia é que exista algum tipo de substituto para o fim das reprises televisivas, que antes representam fontes de renda substanciais para atores e roteiristas.
Enquanto os atores pedem 2% do valor que cada série gera para a plataforma (um número baseado em estudo de popularidade), a AMPTP argumenta que seria impossível medir o impacto de cada produção.
Outro ponto de destaque do debate está no uso de Inteligência Artificial para replicar a imagem de diferentes atores em uma produção. Nas regras atuais, há pouca regulamentação em torno do que o estúdio pode fazer com o escaneamento de atores no futuro. Enquanto este ponto impacta todo e qualquer intérprete em Hollywood, ele é especialmente ameaçador para figurantes e extras em produções, que podem ceder sua imagem por um dia de trabalho e ser replicado para diversas cenas em um filme.
De acordo com os representantes do SAG, a AMPTP pode usar a imagem de atores já escaneados para treinar a IA a criar versões alteradas ou sintéticas para serem usados no fundo de produções. O Sindicato pede consentimento para todo e qualquer uso individual de imagem de atores, ponto que a AMPTP recusou aceitar.