Domingo, 22 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 27 de dezembro de 2023
A polêmica em torno de Gerard Depardieu continua a crescer no dia do aniversário do ator, que completa 75 anos. Ele tem sido foco de uma série de acusações de sexismo e violência sexual nos últimos anos.
O jornal francês “Le Figaro” soltou um manifesto nesta quarta-feira (27) com o título “Não cancelem Gerard Depardieu”, onde 50 personalidades pedem para que o público “não substitua a Justiça e permita que o gigante do cinema continue a jogar”.
“Gérard Depardieu é provavelmente o maior ator. O último monstro sagrado do cinema. Não podemos mais permanecer calados diante do seu linchamento, diante da corrente de ódio contra sua pessoa, sem nuances, desafiando uma presunção de inocência da qual ele teria se beneficiado, como todo mundo, se não fosse o gigante do cinema que é”, diz o manifesto.
“Quando atacamos Gerard Depardieu, é a arte que atacamos.” Quem também se manifestou sobre a situação foi o presidente da França, Emmanuel Macron, dizendo ser um “grande admirador” do ator e denunciou uma “caçada humana”, na última quarta-feira (20).
Alguns dias antes, em 15 de dezembro, a ministra da Cultura francesa, Rima Abdul Malak, disse à televisão France 5 que pediu ao comitê da “grande chancelaria” encarregado da Legião de Honra – a mais alta condecoração da França – que iniciasse um procedimento disciplinar para analisar se a medalha deveria ser suspensa ou retirada de Depardieu.
Abdul Malak disse que ficou “enojada” com os comentários feitos pelo artista durante uma viagem à Coreia do Norte em 2018 e transmitidos em um documentário de TV “Complement d’Enquete”, no canal France 2, no início deste mês.
“Comentários chocantes… trazendo vergonha para a França”, disse. “As mulheres adoram andar a cavalo. O clitóris deles roça na sela (…) Elas gostam muito. Elas são vadias”, diz o ator enquanto visitava um centro hípico em uma parte do vídeo.
Em março de 2022, um tribunal de Paris decidiu que iria prosseguir com uma investigação sobre o ator depois que a atriz Charlotte Arnould o ter acusado de violência, em 2020, dizendo que não aguentava mais ficar em silêncio. Desde então, mais de 10 mulheres acusaram o ícone do cinema francês de violência sexual.
Por meio do seu advogado, ele “rejeitou firmemente” as acusações. Em uma carta publicada no “Le Figaro” em 2 de outubro, Depardieu negou qualquer culpa.
“Nunca, absolutamente nunca, abusei de uma mulher”, escreveu. O ator estrelou vários filmes em francês, ganhando destaque em 1974 com “Corações Loucos” e ganhando reconhecimento internacional com um papel principal na comédia em inglês de 1990 “Green Card – Passaporte para o Amor”, papel que lhe rendeu um Globo de Ouro.
No mesmo ano, ele levou a Melhor Atuação Masculina no Festival de Cinema de Cannes e recebeu uma indicação ao Oscar por “Cyrano de Bergerac”.