Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Entenda o que foi o Holocausto e por que ele é lembrado em 27 de janeiro

O dia 27 de janeiro foi escolhido pela ONU como o dia internacional em memória das vítimas dos horrores do Holocausto. Nesse dia, ocorreu a libertação do campo de concentração de Auschwitz, na Polônia. O Holocausto foi um período da história na época da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando milhões de judeus foram assassinados por serem quem eram. Os extermínios foram organizados pelo partido nazista alemão, liderado por Adolf Hitler.

Os judeus foram o principal alvo dos nazistas. Quase sete em cada 10 judeus na Europa na época foram assassinados por causa de sua identidade.

Os nazistas também mataram outros grupos, incluindo os povos roma (ciganos) e pessoas com deficiência. Também prenderam e retiraram os direitos de outros grupos, como gays e opositores políticos.

O Holocausto foi um exemplo de genocídio, que consiste em matar deliberadamente um grande grupo de pessoas, geralmente porque pertencem a uma determinada nacionalidade, raça ou religião.

Nazistas eram racistas e acreditavam que o que chamavam de raça ariana era superior às demais. Na concepção nazista, um ariano era alguém germânico, enquanto judeus, os ‘ciganos’, os negros e outros grupos étnicos eram inferiores. Eles eram impiedosamente antissemitas e isso afetou todas as suas políticas e ações.

Eles também acreditavam que a Alemanha era um país melhor que os outros e que a superioridade do seu povo implicava em dominar outros. Isso levou a Alemanha a invadir e dominar outros países antes e durante a Segunda Guerra Mundial.

O que foi o Holocausto?

O Holocausto foi um processo que começou com a discriminação contra o povo judeu e terminou com milhões de pessoas sendo mortas por simplesmente serem quem eram. Foi um processo que se tornou cada vez mais brutal ao longo do tempo.

Desde o momento em que chegaram ao poder, em 1933, os nazistas perseguiram pessoas que não consideravam ser membros dignos da sociedade – principalmente os judeus.

Eles introduziram leis que os discriminavam e retiravam seus direitos. O povo judeu não era permitido em certos lugares e era proibido de conseguir determinados empregos.

Os nazistas também começaram a montar campos de concentração para onde prender e impor trabalho forçado a pessoas que acreditavam ser “inimigos do Estado”. Isto incluía o povo judeu e qualquer pessoa que não os apoiasse.

O primeiro campo, chamado Dachau, foi inaugurado em março de 1933, na região de Munique. Entre 1933 e 1945, foram criados mais de 40 mil campos em áreas que sob controle nazista.

Alguns eram campos de trabalho, outros eram de trânsito para processar prisioneiros, e ainda havia os campos de extermínio, onde os nazistas matavam pessoas em grande escala, o primeiro deles inaugurado em 1941.

Muitas pessoas foram assassinadas por guardas dos campos sem motivo e muitas outras morreram por consequência das terríveis condições em que viviam.

Controle total

Os nazistas também decidiram assumir o controle da vida de todos. Livros didáticos foram reescritos para conter ideias nazistas, e fotos de Hitler foram colocadas em todos os lugares. Também foram destruídos livros que desagradassem os nazistas. Em 1935, 1,6 mil jornais foram fechados e os que sobraram só podiam imprimir textos aprovados pelo partido.

Foram criados grupos obrigatórios para jovens chamados Juventude Hitlerista (para meninos) e Liga das Moças Alemãs (para meninas), para que se tornassem jovens nazistas que idolatrassem Hitler. Os meninos aprendiam os valores nazistas e eram preparados para a guerra, enquanto as meninas aprendiam habilidades como culinária e costura.

Campos de concentração

À medida que soldados dos países Aliados (Reino Unido, Estados Unidos, União Soviética e os seus aliados), que lutavam contra a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, avançavam sobre áreas da Europa controladas pelos nazistas, os campos começaram a vir a público. Majdanek foi o primeiro campo a ser libertado, no verão de 1944.

Os nazistas tentaram destruir os campos para esconder as provas de seus crimes. Eles forçaram os prisioneiros sobreviventes na Polônia a voltar aos campos localizados dentro da Alemanha. Muitos prisioneiros perderam a vida nessas caminhadas exaustivas, as Marchas da Morte.

No entanto, os nazistas não conseguiram esconder o que tinham feito e não demorou muito até que o mundo soubesse da extensão do Holocausto.

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