Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 22 de junho de 2022
Três estrelas da Globo revelaram os desafios de viver com a esclerose múltipla. Claudia Rodrigues, atriz que se destacava no programa Zorra Total, foi diagnosticada com a doença em 2000 e precisou ser internada em julho do ano passado devido a um surto. Já Ana Beatriz Nogueira, outra artista da emissora, recebeu o diagnóstico de esclerose enquanto participava da novela Caminho das Índias, em 2009. Hoje ela tem a doença controlada.
O caso mais recente é da atriz Guta Stresser, que interpretou Bebel no seriado “A Grande Família”. Guta relata ter sentido os primeiros sintomas quando participou da “Dança dos Famosos”, em 2020. Seu primeiro alerta foram falhas na memória, que passaram a preocupar a global conforme foram evoluindo.
O que é?
O neurologista e neurocirurgião do Hospital Albert Einstein, Wanderley de Cerqueira Lima explica que a esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica, provavelmente de causa autoimune, na qual o próprio organismo agride a bainha de mielina, uma camada de gordura que envolve os neurônios. A doença pode atingir a substância branca do cérebro, o tronco cerebral e também a medula espinhal.
“Os ataques, ou seja, as manifestações, vêm através de surtos, que são crises inflamatórias que causam essa degeneração. Ela cicatriza em forma de placas e deixa lesões. Essas placas têm o nome de esclerose. [Nesse caso] o axônio, extensão do neurônio, se degenera”, explica o médico. De acordo com ele, a esclerose pode levar à alteração da visão, alteração da sensibilidade e até mesmo alterações motoras.
A doença apresenta quatro tipos de formas clínicas. “A primeira é o que nós chamamos de remitente recorrente, ou seja, ela vai e volta, o que corresponde a 85% dos casos. Com ou sem tratamento, ela tem uma variação espontânea. Geralmente ela não deixa sequelas e os surtos podem durar dias ou até mesmo semanas”, afirma.
O segundo tipo mais comum é a secundária progressiva. Ela evolui durante anos, por exemplo, em uma década. Os pacientes não se recuperam e vão acumulando sequelas no decorrer do tempo. O terceiro tipo é primária progressiva, ela gradativamente vai piorando os surtos. E tem também aquelas que são rapidamente progressivas, geralmente mais precoce.
Causas
O médico explica que a esclerose múltipla pode ser causada por uma predisposição genética, ou também fatores ambientais que são gatilhos. “Existem relatos de que infecções virais também possam desencadear, [assim como] a diminuição da Vitamina D, o tabagismo, obesidade e eventualmente até mesmo solventes orgânicos”, revela.
Sintomas
Entre os sintomas estão desequilíbrio e falha na coordenação motora; alteração da sensibilidade nos membros inferiores e superiores, e eventualmente da face; dor no corpo, dormências ou formigamentos; disfunção ou alteração para controlar a bexiga e o intestino; dificuldade na fala;
alterações cognitivas na memória, na atenção e no raciocínio; rigidez ou fraqueza muscular.