Quarta-feira, 22 de janeiro de 2025

Esquema milionário de falsificação de cigarros é desarticulado no Rio Grande do Sul

A Polícia Civil desarticulou nesta quarta-feira (22) um esquema milionário de falsificação de cigarros no Rio Grande do Sul. Durante o cumprimento de um mandado de busca e apreensão em uma propriedade rural na localidade de Porto Alves, no município de Agudo, foi descoberta uma fábrica clandestina. Nove pessoas foram presas.

A ação resultou na apreensão de grande quantidade de maços de cigarros ilegais, além de máquinas e insumos, como tabaco triturado, filtros e embalagens de carteiras de marcas do Paraguai e do Brasil, tudo utilizado na produção clandestina.

No local, uma equipe do IGP (Instituto-Geral de Perícias) constatou que os equipamentos estavam em pleno funcionamento, sendo documentada toda a cadeia de produção industrial dos produtos ilegais, desde a fase inicial, consistente no corte dos filtros e do papel, com posterior introdução do tabaco triturado para a confecção dos cigarros, passando pela fase final de embalagem em maços e pacotes, que eram acondicionadas em caixas de papelão.

Segundo os delegados Sandro Meinerz (3ªDPRI/Santa Maria) e Alencar Carraro (Denarc), a investigação criminal teve duração de aproximadamente três meses para a localização da fábrica clandestina de cigarros em Agudo, sendo possível constatar que o local estava em funcionamento por cerca de dois anos, produzindo em torno de 300 caixas, cada uma com 50 pacotes, em um total de 150 mil maços por dia. No mercado clandestino, cada caixa de cigarros é vendida por cerca de R$ 1 mil, totalizando R$ 300 mil de faturamento bruto por dia.

“A investigação criminal ainda apontou indícios de que a produção de cigarros guarda relação com o tráfico de drogas, tendo em vista que uma organização criminosa com atuação na Zona Sul do Estado estaria produzindo cigarros ilegais na Região Central, mais especificamente no município de Agudo. Para além do fornecimento de drogas, a mencionada organização criminosa estaria estendendo os negócios ilícitos para, também, distribuir cigarros produzidos ilegalmente tanto para a Zona Sul do Estado quanto para a Região Central, ocupando, para tanto, o município de Agudo como sede para a produção, sobretudo pela facilidade de utilização das rodovias para escoamento da produção ilícita, em face da privilegiada localização do município de Agudo no mapa do Estado”, informou a Polícia Civil.

A fábrica ilegal de cigarros utilizava como “fachada” uma empresa de arroz com sede em São Borja, indicando que, para além da prática dos crimes de tráfico e contra as relações de consumo, poderia haver a consumação de estelionatos contra os produtores da região por meio da compra fraudulenta de arroz.

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