Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 10 de dezembro de 2023
Exausta. Esgotada. Acabada.
São tantos os adjetivos. Mas é sempre a mesma conclusão: nós, mulheres, estamos cansadas.
E, pra ser bem sincera, eu gostaria de acabar por aqui o meu texto, porque, na real, também estou cansada. Mas…vamos lá!
É absolutamente assustador esse cenário: mulheres bonitas, bem sucedidas, plenas e, porém… esgotadas. Esgotadas emocionalmente. Porque a vida lhes tem cobrado demais.
É isso independe de classe social – embora, claro, a falta de dinheiro dificulte tudo. Mas a questão não é apenas pagar boletos: o ponto é lidar com a infinidade de responsabilidades. E, veja, responsabilidade vai bem mais além do que uma “tarefa”. Há nuances difíceis de serem observadas.
Eu só consegui efetivamente VER isso quando inseri todas as minhas obrigações no Google. Mas tipo TODAS. Levar e buscar um filho e outro filho e ir no super e pagar contas e comprar o lanche especial (sim, porque as escolas ainda nos sobrecarregam com a ilusão de que há mães que fazem lanches temáticos para o Natal meeeeeeldeus do céu).
Mas enfim. Quando você praticamente desenha a sua rotina, você se depara com o impossível: simplesmente não há espaço livre. Não há nada, nadinha sobrando além do tempo de dormir e de almoçar.
É assustador. É quase desesperador, porque a verdade é que não tem opção. Somos mães, somos mulheres, mas somos também seres desse mundo onde trabalhar e ganhar dinheiro e ser bem sucedida importa, sim. E, por tudo isso, estamos absolutamente exaustas.
Eu não sei o que me assusta mais: a realidade ou a absoluta ausência de um cenário melhor para as mulheres. Nós ainda achamos que precisamos provar tanto – e, de fato, precisamos lutar muito mais pelos salários, pelas promoções, pelo reconhecimento. E precisamos abrir mão de muito, muito mais por isso (e apenas isso).
É indiscutível que estamos exaustas. E eu sequer entrei na questão da pressão pelos padrões de beleza (seja linda, seja jovem, seja magra) ou pelos padrões de relacionamento (você é praticamente a única responsável pelo seu marido te desejar, pela família ser feliz e por você ser, enfim, uma boa mãe). É absolutamente injusto, enlouquecedor é absurdo. Porém, é a realidade. E é por essa realidade, enfim, que estamos assim, exaustas.