Domingo, 08 de setembro de 2024

Expansão do sorotipo 3 da dengue no Brasil exige atenção, diz virologista

Quatro casos de dengue sorotipo 3 (DENV3) foram confirmados na cidade de Votuporanga, no interior paulista, informou a secretaria de Saúde do município. Estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado em maio deste ano, já mostrava o ressurgimento desse sorotipo, que há mais de 15 anos não causa epidemias no país. De acordo com a fundação, a circulação acende o sinal de alerta quanto ao risco de uma nova epidemia da doença causada por esse sorotipo viral.

Para o virologista e pesquisador da Fiocruz Felipe Naveca, os casos servem de alerta e demandam vigilância. Segundo ele, no primeiro semestre, a Fiocruz já havia identificado casos em Roraima e Curitiba, e que há aumento também por toda a América Central.

“Nessa população que não teve contato há tanto tempo, existe risco de infecção.” Naveca lembra que a dengue, em todos os tipos, pode ser leve e sem sintomas, mas também grave e potencialmente fatal. “A circulação de mais um sorotipo aumenta o grau de vigilância, especialmente no início do ano que vem, com aumento de chuvas e temperaturas altas”, completou.

Sorotipos

O vírus da dengue tem quatro sorotipos. Segundo a Fiocruz, a infecção por um deles gera imunidade contra o mesmo sorotipo, mas é possível contrair dengue novamente se houver contato com um sorotipo diferente.

O risco de uma epidemia com o retorno do sorotipo 3 ocorre por causa da baixa imunidade da população, uma vez que poucas pessoas contraíram esse tipo de vírus desde as últimas epidemias registradas no começo dos anos 2000.

Existe ainda o perigo da dengue grave, que ocorre com mais frequência em pessoas que já tiveram a doença e são infectadas novamente por outro sorotipo.

Casos

O primeiro caso em Votuporanga foi detectado em uma mulher, de 34 anos, que chamou a atenção por conta da intensidade dos sintomas clássicos da doença, como febre, vômito, dor e manchas vermelhas pelo corpo, além de sangramento nasal e pela urina. Nas ações de bloqueio, que envolvem identificar a circulação do sorotipo, a secretaria confirmou outros sete casos suspeitos. O resultado das amostras colhidas apontou que, dos sete, três eram do tipo 3 da dengue, sendo todas do sexo feminino, com 5, 31 e 46 anos.

A prefeitura do município destaca que todos os casos ocorreram na mesma região, em um bairro da zona sul da cidade. Os quatro pacientes estão em casa e passam bem. “A partir destas confirmações, a secretaria da Saúde seguirá com a coleta de amostras em outras regiões da cidade e envio para análise laboratorial para detectar se o vírus circula em mais locais ou se foi uma situação isolada”, informou em nota.

A Secretaria de Estado da Saúde informou que “não há registro deste tipo da doença em outros municípios do estado de São Paulo, nem óbitos”. Em nota, o governo estadual disse que monitora “o cenário epidemiológico com plano de contingência, que é feito todos os anos, independente da linhagem”.

Prevenção e sintomas

A prevenção, através da limpeza dos quintais para evitar água empoçada, que são criadouros do inseto, é fundamental para impedir focos do mosquito Aedes aegypti.

Entre os sintomas de alerta da doença, estão: febre, manchas vermelhas pelo corpo, dor abdominal, vômito persistente, acompanhados também de sangramento na gengiva, nariz ou na urina. A orientação da secretaria é que o cidadão procure atendimento médico na unidade de saúde mais próxima ao perceber qualquer sintoma.

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