Sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Faixa de Gaza: Israel diz que resolução da ONU é uma infâmia

A resolução aprovada na sexta-feira (27) na Assembleia Geral da ONU, pedindo uma “trégua humanitária imediata” em Gaza, foi qualificada de “infâmia” pelo representante de Israel, Gilad Erdan. “Hoje é um dia que passará para a infâmia. Todos temos testemunhado que a ONU não tem a menor legitimidade ou relevância”, disse o diplomata israelense após a aprovação.

Por 120 votos a favor, 14 contra – entre eles os de Estados Unidos e Israel – e 45 abstenções, foi aprovado o texto proposto pela Jordânia em nome do grupo árabe, no qual não há menção ao Hamas e a Israel. Antes disso, rejeitou a inclusão de uma emenda do Canadá, que pedia a condenação expressa do Hamas pelo ataque de 7 de outubro, que provocou a morte de mais de 1.400 israelenses, a maioria civis.

O texto, copatrocinado por quase 50 países, “pede uma trégua humanitária imediata, duradoura e sustentável, que leve a uma interrupção das hostilidades”.

Além disso, condena o deslocamento forçado da população civil palestina, e exige a libertação imediata e incondicional de todos os civis que são mantidos como reféns “ilegalmente” e “tratamento humano” para eles.

O representante palestino, Riyad Mansour, disse aos jornalistas: “Conseguimos, mas é só o primeiro passo”, já que “temos que maximizar nossos esforços e energias para parar a guerra” contra os palestinos, e prometeu continuar “batendo na porta do Conselho de Segurança”, que rejeitou quatro resoluções em menos de duas semanas.

Justificativas

A representante dos Emirados Árabes Unidos, Lana Nusseibeh, cujo país é um dos 15 membros do Conselho de Segurança, anunciou que, com a “autoridade moral” que a Assembleia Geral acaba de insuflar, haverá novas tentativas para “desbloquear a situação que impede que o Conselho se pronuncie sobre este assunto”.

Antes da votação, o embaixador do Paquistão, Munir Akram, havia explicado que o texto aprovado não mencionava nenhuma das partes no conflito porque “se você é justo, se você é equitativo, não vai culpar uma parte e não a outra”.

Represália

Em represália a resolução aprovada, o Exército israelense bombardeia a Faixa de Gaza sem trégua desde então, sitiando esse território de 2,4 milhões de palestinos. O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse neste sábado (28) que ficou surpreso com a escalada de bombardeios de Israel em Gaza e repetiu o pedido por um cessar-fogo imediato para a entrega de ajuda humanitária.

“Lamentavelmente, em vez da pausa, fui surpreendido por uma escalada sem precedentes de bombardeios e dos seus impactos devastadores, minando os referidos objetivos humanitários”, disse.

Gaza está sob um bloqueio quase total de comunicações desde a noite dessa sexta, culpa que o Crescente Vermelho Palestino atribuiu a Israel.

“Dada a falha nas comunicações, também estou extremamente preocupado com o pessoal da ONU que está em Gaza para prestar assistência humanitária”, disse Guterres, acrescentando que “esta situação precisa ser revertida.”

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que o apagão estaria bloqueando ambulâncias e a retirada de pacientes, além de impedir abrigo seguro às pessoas.

As agências humanitárias afirmam que uma catástrofe humanitária está prevista para os 2,3 milhões de habitantes de Gaza que estão sob um bloqueio israelense. As autoridades de saúde do enclave controlado pelo Hamas disseram que 7.650 palestinos, também a maioria civis e crianças, foram mortos desde o início do bombardeio de Israel.

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