Terça-feira, 21 de janeiro de 2025

Família convoca meditação mundial para homenagear o cineasta David Lynch

A família de David Lynch, morto na última quarta-feira (15), convocou uma meditação mundial em homenagem ao cineasta. O ritual foi realizado nessa segunda-feira (20), data em que ele comemoraria 79 anos, ao meio-dia, horário da Califórnia (17h em Brasília). O anúncio foi feito na página oficial do diretor no Instagram.

“David Lynch, nosso querido pai, era uma luz guia de criatividade, amor e paz. Na segunda-feira, 20 de janeiro — que seria seu 79ª aniversário – nós convidamos todos para se juntar a nós num grupo de meditação mundial às 12h PST (horário da Costa Oeste dos Estados Unidos) por 10 minutos”, afirmava o texto, que foi assinado pelos filhos do cineasta: Jennifer, Austin, Riley e Lula.

“Vamos nos unir, onde quer que estejamos, para honrar seu legado e espalhar a paz e o amor ao redor do mundo. Por favor, reserve esse tempo para meditar, refletir e mandar positividade para o universo. Obrigado por fazer parte dessa celebração da vida dele”, dizia a publicação.

Lynch era um entusiasta da meditação. Em 2008, quando esteve no Brasil, ele disse ao GLOBO que tinha vontade de propor ao presidente Lula que a meditação fosse incorporada no dia a dia das crianças e adolescentes nas escolas do país. O encontro entre os dois não aconteceu por divergências de agenda. O americano acreditava que a popularização da meditação era um primeiro passo para alcançar o bem-estar coletivo.

“Para conseguir a paz, e eu sei que isso vai soar estranho, você só precisa que 1% de uma população faça meditação transcendental, com técnicas avançadas, duas vezes por dia. Isso vai fazer com que a negatividade vá embora e a paz chegue. A paz verdadeira não é só a ausência de guerra, é a ausência da semente da guerra: a negatividade”, disse ele à época.

Lynch dirigiu e participou de filmes sobre o assunto, como “Meditação, criatividade e paz”, “Na raiz da paz”, “On meditation” e “Sombras do paraíso” (disponíveis na plataforma de streaming Aquarius). São filmes que discutem a maneira como a meditação é capaz de levar o ser humano à transcendência e a encontrar a paz.

“Meditação, criatividade e paz” é o mais pessoal deles. Dirigido por Lynch, o filme mostra um compilado de perguntas e respostas a partir da excursão do americano à Europa e ao Oriente Médio, entre 2007 e 2009. Ele visitou 16 países para se encontrar com estudantes de cinema, receber prêmios, lançar projetos e descrever os benefícios para a criatividade e a paz obtidos com a meditação transcendental.

Enfisema pulmonar

Um dos maiores cineastas de todos os tempos, Lynch é autor de obras-primas do audiovisual como os filmes “Veludo azul” e “Cidade dos sonhos” e a série “Twin Peaks”. O americano criou um universo cinematográfico próprio, que flertava com o surrealismo. “Cidade dos sonhos” foi premiado no Festival de Cannes e, em 2019, ele recebeu um Oscar honorário por sua contribuição ao cinema.

De acordo com o site americano Deadline, a morte de Lynch está relacionada aos incêndios em Los Angeles. Ele teve que deixar sua casa, em Laurel Canyon, porque o fogo se aproximava. Inicialmente, a produtora Sabrina Sutherland, colaboradora frequente do cineasta, afirmou que ele estava bem. No entanto, fontes próximas ao diretor afirmaram ao Deadline que, após a evacuação, ele teve uma piora sensível em seu estado de saúde – que já era delicado devido a um enfisema pulmonar diagnosticado em 2020 e revelado em 2024.

No ano passado, Lynch disse que, devido ao medo da Covid-19 e ao diagnóstico de enfisema, não saía mais de casa, o que significava que, se voltasse a dirigir, seria remotamente. Nas redes sociais, afirmou que, apesar dos desafios relacionados a sua saúde, “nunca” se aposentaria”. “É difícil viver com enfisema. É como se você estivesse andando por aí com um saco plástico em volta da cabeça”, explicou. Nos últimos anos, ele dependia de um aparelho de oxigênio para se locomover.

Mesmo diagnosticado com a doença pulmonar, que causa falta de ar, Lynch só parou de fumar em 2022. “Tentei parar muitas e muitas vezes, mas quando ficou difícil, eu fumava aquele primeiro cigarro, e era uma viagem só de ida para o céu e eu voltava a fumar de novo”, disse. “Uma parte muito importante da minha vida era fumar. Eu amava o cheiro do tabaco, o gosto do tabaco. Eu amava acender cigarros.”

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