Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Filho de Rita Lee diz que recriou voz da mãe com inteligência artificial

Filho de Rita Lee e Roberto de Carvalho, o produtor João Lee, de 44 anos, anunciou em suas redes sociais a criação de um modelo de inteligência artificial (IA) com a voz de sua mãe. Tal tecnologia permite que a fala da pessoa possa ser manipulada para dizer qualquer coisa em qualquer lugar.

Segundo João, ele utilizou cerca de 50 músicas gravadas por Rita Lee para criar o modelo. As canções fazem parte do repertório da cantora entre a década de 1970 até seus últimos trabalhos.

A voz de Rita Lee foi isolada e seu filho cortou os áudios em pedaços e os inseriu em um programa de inteligência artificial.

“Demorou quase um dia inteiro para rodar o software, mas consegui criar um modelo da voz dela em IA. Foram semanas de trabalho”, publicou João no Threads, nova rede social do Instagram. “Ainda precisa de ajustes, mas o resultado é impressionante. Incrível como a tecnologia para áudio e música avança”, completou.

Apesar do entusiasmo, alguns seguidores de João demonstraram preocupação com a ideia. Eles alegam que pessoas mal intencionadas podem usar a voz da cantora para espalhar fake news.

Em nova publicação, o produtor afirmou que não deixará que usem a voz de Rita Lee para a criação de deepfake.

“Eu nunca faria um AI da voz da minha mãe para lançar música com ela cantando de mentira. Isso nunca vai acontecer, gente. Nem nunca o AI será público. Mas a tecnologia impressiona”, publicou.

Polêmica

O debate sobre os limites da inteligência artificial começou após a Volkswagen usar a tecnologia para unir Elis Regina e Maria Rita ao som de “Como Nossos Pais’” em um comercial. A peça publicitária gerou uma enorme discussão na web e dividiu opiniões.

Internautas abordaram um possível perigo do uso da inteligência artificial e da deepfake em um futuro próximo, e o fato de recriarem pessoas que já morreram, por meio desses sistemas. Por outro lado, algumas pessoas ficaram impressionadas com o poder da IA e das coisas que só ela pode fazer.

A repercussão foi tanta que o Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (Conar) abriu uma representação ética contra a campanha.

Segundo o Conar, a representação foi motivada por queixas de consumidores. “O Conar abriu hoje, 10 de julho, representação ética contra a campanha ‘VW Brasil 70: O novo veio de novo’, de responsabilidade da VW do Brasil e sua agência, AlmapBBDO, motivada por queixa de consumidores”, diz a nota.

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