Sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Fisiculturista alvo da Polícia Federal tem empresa que faturou quase R$ 1 bilhão

Investigado pela Polícia Federal (PF) por suspeita de integrar uma organização criminosa dedicada ao tráfico de drogas, o fisiculturista Renato Cariani, de 47 anos, tem participação em pelo menos quatro ramos de negócios. Apenas o grupo Supley, dedicado aos suplementos alimentares, teve faturamento de quase R$ 1 bilhão no ano passado.

O influenciador fitness foi um dos alvos da Operação Hinsberg, deflagrada pela PF nesta terça-feira. Os agentes cumpriram mandado de busca e apreensão na residência dele. A corporação divulgou fotos nas quais é possível ver os troféus vencidos por Cariani em torneios de fisiculturismo.

Fortuna

A fortuna do influencer, no entanto, vem de outras atividades. Em entrevista ao podcast Joel Jota, em fevereiro deste ano, Cariani descreveu suas atividades econômicas.

“Sou sócio de uma indústria farmoquímica, que produz princípios ativos de medicamentos. Ela tem duas sedes, uma no ABC, em Diadema, na Rodovia dos Imigrantes, e outra numa cidade chamada Pindamonhangaba. Então são duas sedes hoje que nós temos hoje dentro da indústria. No total, 160 funcionários”, disse o influenciador.

Em seguida, ele passou a falar da Supley, empresa que no ano passado faturou R$ 830 milhões e projetava superar R$ 1 bilhão em 2023.

“Eu sou sócio do grupo Supley, que compreende a Max Titanuim, a Probiótica e uma marca chamada Doctor Peanut. A Max Titanuim e a Probiótica são marcas de suplementos e a Doctor Peanut é uma marca de pasta de amendoim. E sou responsável pelo marketing dessa empresa”, afirmou.

A Supley afirmou em nota que recebeu com perplexidade a informação de que Renato Cariani foi alvo de operação da Polícia Federal. “Na qualidade de influenciador, Cariani é responsável pela divulgação de alguns produtos do grupo. A Supley aguardará os desdobramentos da investigação”, disse a empresa.

Renato Cariani possui transportadora de produtos de alta periculosidade
Cariani também possui uma transportadora de produtos de alta periculosidade. De acordo com ele, a empresa tem “caminhões preparados para transportar produtos extremamente perigosos”.

“E juntamente com isso eu tenho academias, né. Eu tenho as academias que fazem parte do meu plano fitness. E tenho outras empresas menores, produtoras. Eu tenho um curso digital chamado ‘Projeto 60 dias’, hoje com 15 mil alunos. E eu sou um youtuber. Não posso ignorar isso, porque pelas visualizações e adsense que faço é um negócio até maior do que algumas dessas empresas, porque minhas visualizações são altas. Meu canal é o maior de musculação do mundo”, contou.

Operação 

Nessa terça-feira (12), Cariani foi apontado como suspeito de integrar uma organização criminosa que atuou no desvio de produtos químicos para produção de drogas, na Operação Hinsberg.

“As investigações revelaram que o esquema abrangia a emissão fraudulenta de notas fiscais por empresas licenciadas a vender produtos químicos em São Paulo, usando “laranjas” para depósitos em espécie, como se fossem funcionários de grandes multinacionais, vítimas que figuraram como compradoras”, informou a PF.

De acordo com a corporação, foram identificadas 60 transações dissimuladas vinculadas à atuação da quadrilha, totalizando, aproximadamente, 12 toneladas de produtos químicos (fenacetina, acetona, éter etílico, ácido clorídrico, manitol e acetato de etila).

Os produtos químicos desviados conseguem produzir mais de 19 toneladas de cocaína e crack prontas para consumo.

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