Quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Fórum de Geração Distribuída aborda alternativas de negócio no mercado de energia

Com o tema “Oportunidades de negócio e empreendedorismo no mercado de energia”, a sétima edição do Fórum de Geração Distribuída de Energia com Fontes Renováveis do RS (Fórum GD) ocorreu, nesta sexta-feira (22), na Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs). 

“Há sete anos, nos reunimos nesse fórum para debater alternativas para o fornecimento energético seguro, eficiente e sustentável. Em todo esse período, nos deparamos com diferentes formas de desafios para tornar a energia uma aliada da competitividade das empresas. É nessa busca por alternativas que a Geração Distribuída cresce exponencialmente, oportunizando redução de custos e novos modelos de negócios”, afirmou o coordenador do Grupo Temático de Energia e Telecomunicações do Conselho de Infraestrutura da Fiergs, Edilson Deitos, na abertura do evento. Em cinco painéis, foram debatidos Hidrogênio Verde (H2V), Autogeração e Modelos de Negócio, Tecnologias, Modernização do Setor Elétrico e Mercado Livre de Energia e Mobilidade Elétrica.

Com a transição energética ganhando relevância e tornando-se cada vez mais estratégica, o Rio Grande do Sul acaba tirando proveito por ser um estado privilegiado neste aspecto. A matriz energética gaúcha é composta principalmente por hidrelétrica (51%), eólica (23%) e fóssil (15%). Segundo o diretor regional do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS), Carlos Trein, o Brasil é uma potência mundial em energias renováveis e precisa capturar essas oportunidades que surgem. Em função disso, o Senai-RS prepara grandes investimentos a serem anunciados não apenas na formação de profissionais requeridos nessa área em seus diferentes níveis, mas também no desenvolvimento de tecnologia, serviço, metrologia e de novos produtos e processos.

Participante do debate sobre hidrogênio verde, tema que pela primeira vez no Fórum ganhou o painel principal, o professor em engenharia de energia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Paulo Smith Schneider, reforçou a importância da participação das universidades no processo, já que, segundo ele, pesquisa e desenvolvimento não é custo, mas sim uma “grande oportunidade para sairmos de uma situação de importadores de tecnologia para outra de desenvolvedores e exportadores”.

Ao apresentar o Potencial do RS em H2V, o secretário adjunto da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura do Rio Grande do Sul, Marcelo Camardelli, antecipou que até o ano de 2040, R$ 62 bilhões poderão ser investidos em projetos da cadeia de hidrogênio verde no estado, gerando 41 mil empregos. Segundo ele, o custo da produção de H2V no RS varia de US$ 2,1 a US$ 3,4 por kg, o que torna o Rio Grande do Sul bastante competitivo, mas essa competitividade depende da disponibilidade de energia renovável, distância da demanda e infraestrutura.

O hidrogênio verde é considerado fundamental para o processo de descarbonização no setor industrial, trocando o hidrogênio produzido a partir de fontes fósseis pelo H2V, que não emite carbono. Ele é produzido a partir da eletricidade gerada por fontes de energia limpas e renováveis.

Já a CEO da Solled Energia e coordenadora da Associação Brasileira de Energis Solar Fotovoltaica (Absolar) no Rio Grande do Sul, Mara Andrea Schwengber, disse que o Brasil ocupou o quarto lugar entre países com potência instalada em energia solar em 2022 (9,9 GW), mas ainda muito distante da líder China (106GW). Em potência instalada acumulada, o Brasil é apenas o 10º, com um total de 23,6GW. “Temos um longo caminho a percorrer e nosso potencial energético solar é maravilhoso no Brasil e no Rio Grande do Sul”, afirmou. No estado, são 2,3GW de capacidade instalada solar fotovoltaica.

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