Sexta-feira, 20 de setembro de 2024

Glória Maria tinha o sonho de ir para Marte em sua viagem final

Considerada a primeira repórter negra da TV brasileira, Glória Maria, morta na manhã de quinta-feira (2), desejava também ser pioneira em outros campos. Em março do ano passado, durante sua participação no programa Roda Viva, da TV Cultura, ela revelou um desejo profissional e pessoal: ir para Marte. Essa, para ela, seria a sua viagem de despedida da televisão antes de se aposentar.

O assunto sobre a viagem interplanetária surgiu quando Glória foi perguntada a respeito de ter sofrido censura.

“Censurada eu nunca fui porque nunca dei tempo pra censura. Nunca ninguém me falou ‘Isso você não pode’. Tem umas coisas que eles acham falta de juízo, coisas perigosas”,, contou, de forma enfática, se referindo ao desejo de ir ao planeta vermelho.

“Estou querendo ir para Marte em uma dessas ‘máquinas’ aí. Seria um grande presente da Globo. Tomara que tenha algum poderoso ouvindo a gente. Se tiver alguém ouvindo, deixa eu ir, seria minha grande matéria final. Seria um grande presente da Globo depois desses anos todos”, revelou a jornalista.

Glória trabalhou na TV Globo durante 51 anos e, entre os tantos países visitados por ela, os três preferidos foram Irã, Índia e Jamaica. Ela revelou isso para Serginho Groisman em junho de 2019, no programa Altas Horas. Além disso, Glória também contou que estava inscrita na Nasa para fazer uma viagem para a Lua.

“Eu sempre tive um sonho: eu queria ir à Lua. Estou inscrita na Nasa para o dia que tiver o primeiro voo tripulado, aí eu vou. Só que assim, já que até hoje eu não consegui ir até a Lua, pelo menos na Jamaica eu consegui ir a Marte (risos). Eu saí do espaço! Ali o negócio foi puxado… Realmente, eu saí e até hoje não sei nem se eu voltei”, disse, brincando, fazendo referência ao momento em que participou de um ritual no qual experimentou “ganja”, erva comparada à maconha.

O momento viralizou na internet e se tornou um meme. Três anos depois, no Roda Viva, a viagem para Marte saiu da metáfora e se tornou um sonho real.

Racismo

Também no Roda Viva, ao tratar do racismo, e da forma como ele a atingiu justamente por ter sido a primeira mulher negra a exibir o rosto na maior emissora de TV aberta do Brasil em 1971, ela foi direta.

“Nada blinda preto de racismo, e ainda mais uma mulher preta. Porque nós somos mais abandonadas, mais discriminadas. O homem preto não quer a mulher preta. Você tem de aprender a se blindar da dor, eu acho que isso é o importante. Se não, você está perdida. Hoje nada mais me faz sofrer, porque aprendi a me autoblindar. E estou tentando ensinar isso às minhas filhas”, disse Glória.

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