Sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Goiânia: aliados de Bolsonaro defendem desistir de apoiar candidatura do PL, após caso de diploma falso

Integrantes da cúpula do PL afirmaram ter sido surpreendidos com a notícia sobre o diploma falso do candidato da sigla à prefeitura de Goiânia, Fred Rodrigues, e passaram a defender o desembarque de sua candidatura. Rodrigues está no segundo turno contra Sandro Mabel (União), mas aparece atrás nas pesquisas. A avaliação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro é que a informação falsa, confirmada pelo próprio candidato, põe em xeque a “retidão” exigida por eleitores conservadores. Dois membros da Executiva da sigla defenderam que ele sofra um processo interno por causa da mentira.

A avaliação é que o episódio viola o Código de Ética da sigla e desgasta o ex-presidente Jair Bolsonaro, que prometeu ir a Goiânia no domingo, dia do segundo turno, para dar apoio a Rodrigues. Nesta quinta está previsto um ato ao lado da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Rodrigues se defende dizendo que sua equipe errou no momento de registrar essa informação e que pediria a correção à Justiça Eleitoral.

Como mostrou o site Metrópoles, porém, Rodrigues assumiu o cargo de diretor de Promoção de Mídias Sociais da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego) em 2023, que tinha como pré-requisito a formação superior completa. Ao elencar as infrações éticas passíveis de punição, o estatuto do PL cita no artigo 10: “Agir com improbidade ou má exação no exercício de cargo ou função pública, ou partidária, ou assumir conduta pessoal reprovável”. Isto faz com que ele possa ser punido pela própria legenda.

O caso é avaliado por aliados de Bolsonaro como um erro comparável ao episódio ocorrido às vésperas das eleições de 2022, quando a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi flagrada numa perseguição armada a um homem negro em São Paulo. A atitude teria desgastado a imagem de Bolsonaro e, por isto, há quem já defenda que o ex-presidente não deve estar acompanhado de Rodrigues durante a votação de domingo.

O falso diploma vem sendo explorado pelo adversário de Rodrigues, Sandro Mabel (União), que concorre com o apoio do governador Ronaldo Caiado e trava uma disputa pelo voto bolsonarista na capital goiana. Em debate na TV Record no fim de semana, Rodrigues afirmou ser “formado” em Direito, ao ser questionado por Mabel.

O plano de governo registrado pelo candidato do PL na Justiça Eleitoral o apresenta, na segunda página, como “bacharel em Direito”. Rodrigues chegou a publicar nas redes sociais um histórico escolar para comprovar as matérias cursadas na faculdade. Mas a universidade na qual ele se matriculou disse nesta terça-feira que “nunca expediu diploma”.

Segundo a universidade, Rodrigues ingressou na faculdade de Direito em 2004, através de transferência de outra instituição de ensino, mas teve seu cadastro desativado em 2013 por não ter concluído o curso superior. “O estudante não integralizou a matriz curricular do curso superior em Direito nesta Universidade, faltando o cumprimento das 200 horas de atividades complementares, componente curricular obrigatório”, afirmou a instituição à Justiça Eleitoral.

Mabel explorou o assunto em um debate, na manhã desta quarta, organizado pela rádio CBN de Goiânia e pelo jornal “O Popular”. O candidato do União Brasil acusou o adversário de ser uma “fraude completa”.

Pesquisa Quaest divulgada na última quinta-feira mostrou Mabel à frente com 46% das intenções de votos. Rodrigues surge com 39%, no recorte estimulado — quando os nomes dos candidatos são apresentados aos eleitores.

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