Domingo, 22 de dezembro de 2024

Governo colombiano anuncia expedição para recuperar itens de navio naufragado com tesouro bilionário

O governo da Colômbia anunciou, na última quarta-feira, que fará em 2024 uma expedição para recuperar itens do galeão naufragado San José. A embarcação espanhola, que levava ouro, esmeraldas e prata, afundou no mar do Caribe em 1708 e foi encontrada em 2015. A descoberta do navio foi anunciada pelo então presidente Juan Manuel Santos.

Ao zarpar há 300 anos de Portobelo, em Cartagena, o San José levava cerca 6,17 milhões de moedas de ouro, além de prata e esmeraldas. Somados, os itens encontrados na embarcação, tida como o “Santo Graal dos naufrágios”, em razão de seus atributos arqueológicos e econômicos, podem valer mais de R$ 1 bilhão, segundo o jornal britânico The Guardian.

“Em fevereiro teremos um debate em Cartagena com arqueólogos, cientistas e membros da Marinha para contar o projeto à comunidade internacional e receber críticas”, declarou o ministro da Cultura, Juan David Correa.

As primeiras expedições estão marcadas para acontecer entre março, abril e maio, mas dependem das condições do mar serem favoráveis. O material coletado será enviado para a análise em um laboratório da Marinha da Colômbia. A depender dos resultados dessas primeiras missões, novas podem ser programadas para o futuro.

Em novembro deste ano, o presidente Gustavo Petro havia ordenado o resgate do navio naufragado, segunda a revista Semana.

“Isto é um naufrágio arqueológico, não um tesouro. Esta é uma oportunidade para nos tornarmos um país na vanguarda da investigação arqueológica subaquática.”, disse Correa, após um encontro com o presidente colombiano, Gustavo Petro.

A localização exata do naufrágio nunca foi revelada pelas autoridades colombianas. A embarcação foi localizada com a ajuda de veículos submarinos e apoio de uma equipe de especialistas internacionais. Com 45 metros de comprimento e armado de dezenas de canhões, o galeão naufragou após entrar em combate contra navios britânicos.

Correa também esclareceu que o material extraído dos destroços, via submersíveis ou embarcações robóticas, será encaminhado para um navio da Marinha colombiana para estudos.

Tesouro perdido

Há mais de 300 anos, o galeão San José, com seus três andares e 64 canhões, afundou após uma batalha com navios britânicos. Ele foi localizado pela primeira vez em 2015, mas desde então, se tornou o centro de disputas diplomáticas e legais entre os Estados Unidos, Colômbia e Espanha.

Até mesmo um órgão da Unesco se envolveu na disputa. O time de especialistas voltados para a conservação de patrimônios culturais subaquáticos chegou a enviar uma carta ao governo colombiano, onde explicou que a recuperação do tesouro para fins comerciais, e não pela importância história, “causaria a perda irrecuperável de um patrimônio significativo”.

Atualmente, sua localização exata permanece um segredo de estado, mas é certo falar que o navio afundou na região da península colombiana de Baru, ao sul de Cartagena, no Mar do Caribe. Em uma das expedições, pesquisadores se depararam com canhões de bonze em boas condições, o que auxiliou no reconhecimento dos destroços, que apontaram para o naufrágio de San José.

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