Domingo, 24 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 10 de outubro de 2024
O governo americano enviou à Justiça do país uma série de demandas para acabar com o que foi julgado como práticas desleais à concorrência do Google nas buscas pela internet. Entre os pedidos, está a possibilidade de que a Alphabet, empresa controladora do Google, seja obrigada a desmembrar partes de seus negócios, como o navegador Chrome e o sistema operacional Android, que, segundo o governo, são usados para manter um monopólio ilegal nas buscas on-line.
Em um caso histórico, o mesmo juiz determinou em agosto que o Google, que processa 90% das buscas na internet nos EUA, havia construído um monopólio ilegal. As soluções propostas pelo governo americano, através de seu Departamento de Justiça, têm o potencial de reformular a forma como os americanos encontram informações na internet, além de reduzir as receitas do Google e dar mais espaço para o crescimento de seus concorrentes. E terão consequências para usuários da internet do mundo inteiro.
“O remédio completo para esses danos (à concorrência) exige não apenas o fim do controle de distribuição do Google (no mercado de buscas online) hoje, mas também garantir que o Google não possa controlar a distribuição de amanhã”, afirmou o Departamento de Justiça.
As soluções propostas também visam impedir que o atual domínio do Google neste mercado se estenda ao crescente mercado de inteligência artificial, disseram os promotores.
Dividir
O Departamento de Justiça dos EUA avalia solicitar à corte federal que obrigue o Google a separar o negócio em partes ou mudar suas práticas para pôr fim ao monopólio no mercado de buscas on-line. Atualmente, o Google processa 90% das buscas feitas pela internet no país. Se essa medida for adotada, poderia remodelar o pilar central da empresa avaliada em US$ 2 trilhões.
A possibilidade de determinar o desmembramento de partes do negócio de buscas incluiria o Google no grupo de raras empresas que passaram por isso ao serem derrotadas em longas batalhas com o governo americano, a exemplo da AT&T, de telecomunicações, e a Standard Oil.
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O governo poderia também solicitar ao tribunal exigir que o Google disponibilize os dados subjacentes que alimentam seu motor de busca para empresas concorrentes.
Em agosto, o juiz Amit Mehta afirmou que o Google atua como “monopolista, e atuou como tal para manter seu monopólio. A companhia teria excedido os limites ao acordar com Apple e Samsung, mediante pagamentos bilionários, que seu mecanismo de busca seja usado como padrão em navegadores de internet e de smartphones.
A Google paga à Apple, por exemplo, US$ 20 bilhões ao ano para que seu buscador seja o mecanismo padrão no Safari.
IA do Google
Uma das sinalizações é que o Google tenha que permitir que sites optem por não terem o conteúdo que produzem usado para treinamento da inteligência artificial da companhia.
O governo informou que acompanha os avanços em IA, que empresas como o Google têm se apressado para integrar em seus produtos de busca.
“A capacidade do Google de aproveitar seu poder de monopólio para alimentar recursos de inteligência artificial é uma barreira emergente à competição e pode fortalecer ainda mais a dominação do Google”, afirmou o governo.