Por Redação Rádio Pampa | 22 de janeiro de 2025
Integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva minimizaram a recente declaração do presidente Donald Trump, segundo a qual o Brasil precisa mais dos Estados Unidos que os norte-americanos necessitam dos brasileiros. A leitura é de que a fala reflete a visão de mundo que o republicano já vinha manifestando ao longo dos últimos anos.
O governo brasileiro, então, pretende adotar um comportamento mais prudente e sereno, esperando o desenrolar dos fatos para então discutir eventuais mudanças de rumo e discurso.
A secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura da Rocha, afirmou que cada passo será analisado e que o lado brasileiro dará prioridade para trabalhar as convergências entre os países.
“Trump pode falar o que quiser, é o presidente dos americanos. Vamos analisar cada passo do governo, mas, como somos um povo com fé na vida, vamos procurar apoiar e trabalhar não as divergências, mas as convergências, que são muitas”, disse ao ser questionada por jornalistas no Palácio do Planalto.
Desdém
A fala de Trump ocorreu horas após a sua posse na segunda-feira (20), durante entrevista a jornalistas. O novo chefe da Casa Branca disse que seu país não precisa do Brasil e da América Latina.
“Eles precisam muito mais de nós do que nós precisamos deles. Na verdade, não precisamos deles, e o mundo todo precisa de nós”, disse Trump em cerimônia na qual assinou decretos no primeiro dia do novo mandato.
O republicano respondia a pergunta feita pela repórter brasilera Raquel Krähenbühl, da Globonews, sobre como ele pretendia reagir à proposta de paz para a Guerra da Ucrânia elaborada pela China e pelo Brasil. O republicano disse desconhecer tal iniciativa.
“Acho ótimo, estou pronto para discutir propostas de paz. Mas o Brasil está envolvido nisso? Eu não sabia. Você é brasileira?”, perguntou Trump à jornalista brasileira. Em seguida, ela questionou o presidente sobre a relação com o Brasil e a América Latina. “É ótima. Eles precisam muito mais de nós do que nós precisamos deles.”
Antes do comentário de Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia afirmado que não quer briga com os Estados Unidos. Disse, ainda, desejar que o republicano faça uma “gestão profícua”.
“Da nossa parte, não queremos briga nem com a Venezuela, nem com os americanos, nem com a China, nem com a Índia, nem com a Rússia. Nós queremos paz, harmonia, ter uma relação em que a diplomacia seja a coisa mais importante, não a desavença ou a encrenca”, afirmou o presidente brasileiro. (Estadão Conteúdo)
