Quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Governo prepara reforma para acomodar Centrão

Sofrendo a cada votação no Congresso, sobretudo na Câmara, o governo Lula rabisca a reforma ministerial para acomodar partidos como União Brasil, Progressistas e Republicanos. A adesão deve ser tímida, como no caso do PP e do Republicanos. O passe do União foi selado com a saída de Daniela Carneiro do Ministério do Turismo. O deputado federal Celso Sabino (União-PA) já era chamado de ministro entre os colegas e despachava como tal, antes mesmo de sentar na cadeira.

No muro
O PP, com 49 deputados, foi sondado e deve ser lembrado. Reunião da sigla sobre a reforma tributária foi tocada pelo cacique Ciro Nogueira (PI).

Peso de ouro
O apoio do PP deve sair caro. A sigla quer uma pasta com musculatura. Wellington Dias, do Desenvolvimento Social, balança na pasta.

Lá e cá
Daniela, cotada para liderança de Lula na Câmara, deve ser a ponte para atrair o Republicanos. O partido insiste que vai seguir “independente”.

Apetite
Com fome de cargos e recursos, a Câmara quer avançar sobre domínios petistas no governo federal. Correios e Embratur estão na lista.

PT nomeou 58 ministros de tribunais superiores
Dos atuais 92 ministros na ativa atuando em tribunais superiores, Dilma e Lula conseguiram emplacar 58 nomes. Levantamento feito pela coluna considerou o TSE, STF, STJ, STM, TST e TCU, que foi considerado apesar de não pertencer ao Judiciário. A ex-presidente Dilma, com seis anos de governo, é a recordista em nomeações, emplacou 31 ministros. A petista superou até mesmo o “criador”, Lula, que fez 27 nomeações.

Fila de espera
O número de indicados ainda vai aumentar. No STJ, 24 dos atuais 30 ministros são da gestão petista. O tribunal está com três cadeiras vagas.

O que sobrou
O ex-presidente Jair Bolsonaro assinou 18 nomeações. Fernando Henrique Cardoso, outras 10. As seis restantes são de Michel Temer.

Hegemonia petista
No STF, tutor-geral da Nação, Dilma tem quatro nomeados, seguida por Lula, com três; Bolsonaro tem dois. Temer e FHC, um ministro cada.

Fim da guerra
O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), gostou da reforma tributária da Câmara. Considera que a melhor notícia é o fim da guerra fiscal que esmaga gestões responsáveis, que não abusam dos incentivos fiscais.

Fraturas expostas
Chamou atenção o acesso das pessoas com celulares, na reunião do PL em que o governador de São Paulo foi hostilizado. Havia mais gente gravando as lacrações que oradores inscritos. No PT, celular fica do lado de fora. No PL, barram os que não levam celular já com câmera ligada.

Le Pen se fortalece
O canal BFM TV, de Paris, divulgou pesquisa em que 65% dos franceses se dizem satisfeitos com a polícia e 59% apoiam o endurecimento das leis de imigração. O país segue traumatizado com os violentos protestos contra a morte do rapaz que avançou numa blitz da polícia e foi alvejado.

Veículo estranho
Dois detalhes chamaram atenção dos carrões que saíram do prédio onde é sediado o PL, na última semana. Primeiro, a pressa excessiva; o outro um Jeep Commander com placa do Ministério das Comunicações.

Caiado vem aí
O União Brasil se animou com pesquisa que mostra boa avaliação do governador de Goiás, Ronaldo Caiado. Caiado, com boa relação no agronegócio, pode ser o nome do partido para as eleições de 2026.

Capital
A reforma rendeu mais dividendos ao presidente da Câmara do que a Lula, segundo o instituto Quaest, que, aliás, errou muito na campanha: foram 63% a 58% menções positivas a Arthur Lira nas redes sociais.

Pé no freio
Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) sugerem desaceleração até do agronegócio. As vendas de maquinários agrícolas caíram 3,6% de abril para maio.

Derretendo o nada
A já sofrida vida dos acionistas minoritários da Americanas ficou ainda pior na semana passada. A ação, que já custava a ninharia de R$1,18, fechou a semana valendo alguns centavos a menos.

Pergunta no Congresso
É motivo de vergonha ou de alívio a saída de Daniela Carneiro do esvaziado Ministério do Turismo?

PODER SEM PUDOR
Porto de louco, sô
Em um ano, o porto de Paranaguá deixou de exportar 2,9 milhões de toneladas de milho e soja, com perdas de US$1,5 bilhão para o agronegócio paranaense. Depois foi fechado pela Capitania dos Portos, por falta de segurança. Com o Senado prestes a votar decreto legislativo de intervenção federal no porto, comandado pelo psiquiatra Eduardo Requião, irmão do então governador, que regiu lançando a campanha “O porto é nosso!” O senador Álvaro Dias (PSDB-PR) reagiu com ironia: “Mas o irmão é dele!”

Com Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos

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