Domingo, 12 de janeiro de 2025

Groenlândia: conheça as belezas da maior ilha do mundo e que Donald Trump pretende anexar aos Estados Unidos

A Groenlândia foi destaque no noticiário depois do presidente eleito Donald Trump falar em anexar a região aos Estados Unidos, durante comunicado à imprensa na última semana. ​​Maior ilha do mundo, é conhecida por suas belezas naturais: icebergs, baleias, auroras boreais e outros atrativos – que motivaram o jornal norte-americano “The New York Times” a incluí-la na lista de melhores lugares do mundo para se conhecer.

Embora seja um território autônomo da Dinamarca, que fica na Europa, a Groenlândia está geograficamente localizada na América do Norte. Por estar tão ao norte, as temperaturas ficam acima de zero apenas durante um mês do ano, em julho. Essa característica cria um cenário de paisagens naturais únicas.

– ​Como chegar: a principal forma de chegar à Groenlândia é por avião, saindo da Dinamarca ou da Islândia. Também é possível visitar a ilha via barco fretado ou cruzeiro. Espera-se que um novo aeroporto seja inaugurado em Nuuk, capital da ilha, o que deve atrair mais turistas para a região.

– População: a Groenlândia é lar de cerca de 56 mil pessoas, que se concentram principalmente em assentamentos próximos à costa. Parte da população é descendente dos inuítes, nação indígena que habita tradicionalmente a ilha. Devido ao clima ártico, que impossibilita a agricultura, historicamente, a principal atividade econômica da região é a pesca, segundo o governo local.

– ​Aurora boreal: característica de regiões polares e muito procurada pelos turistas, a aurora boreal é um fenômeno natural que enche o céu de luzes e cores. Na Groenlândia, a melhor época para visualizar o fenômeno vai do final de setembro a meados de abril.

– ​Lar de baleias: na maior ilha do mundo, é possível fazer passeios de barco para observar baleias. A melhor época para encontrá-las é no verão (de junho a agosto), quando até 15 espécies visitam as águas da Groenlândia, segundo o governo local.

– ​Icebergs e geleiras: outra experiência muito buscada por visitantes na Groenlândia é a observação de icebergs e geleiras. A ilha, que tem 80% da área coberta por gelo e neve, concentra centenas dessas formações rochosas.

Polêmica

Desde a vitória eleitoral em novembro, Trump já reivindicou para si o controle de alguns lugares fora do território americano: o canal do Panamá e até mesmo o vizinho Canadá, a quem ameaçou impor pesadas taxas comerciais e sugeriu uma fusão com os Estados Unidos.

Mais tarde, em coletiva de imprensa, o republicano disse a jornalistas que não “pode garantir” que não recorrerá a intervenções militares ou econômicas para tomar de volta o Canal do Panamá ou comprar a Groenlândia. “Precisamos deles para a segurança econômica”, justificou.

Trump já havia manifestado interesse na compra do território em 2019, durante seu primeiro mandato na Casa Branca. Após ser ignorado pela primeira-ministra dinamarquesa Mette Frederiksen, na ocasião, ele cancelou uma visita oficial ao país europeu.

A “segurança nacional” pode ser apenas mais um disfarce para interesses econômicos. Os Estados Unidos, que fazem fronteira com o Ártico no estado do Alasca, operam desde 1951 uma base aérea no noroeste da Groenlândia. A anexação significaria um ganho de influência econômica e geopolítica em uma região rica em recursos naturais, onde tensões militares com a Rússia e a China têm crescido.

É o que argumenta Marc Jacobsen, professor no Royal Danish Defence College: “Se olharmos para os inimigos primários dos EUA neste momento, temos grande competição com a China por poder. E se principalmente a Rússia enviasse mísseis aos EUA, a rota mais curta seria pelo Polo Norte, por cima da Groenlândia.”

Jacobsen também aponta que a Groenlândia tem “enormes quantidades” de terras raras, minerais “extremamente importantes” para fabricação de todo tipo de tecnologia, desde equipamentos militares até geradores de energia eólica e smartphones, cuja mineração é hoje dominada pela China.

Professor de política internacional e externa na Universidade de Colônia, Thomas Jäger vê ainda um outro motivo para o interesse de Trump na Groenlândia: “É possível que Trump queira se alinhar à tradição de presidentes que expandiram o território americano. No século 19, quando os EUA cresceram em direção ao oeste, depois compraram o Alasca – isso seria algo que faria dele realmente um grande presidente”, declarou em entrevista ao canal alemão NTV.

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