Terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Homem-Aranha: Tom Holland retorna como o super-herói, mas busca ajuda do Doutor Estranho para que o mundo esqueça sua real identidade

Homem-Aranha: Sem Volta para Casa é um marco, um ponto de virada no cinema da Marvel Studios. Deixe de lado, pelo menos por enquanto, as teorias sobre o possível retorno de Andrew Garfield e Tobey Maguire, atores que interpretaram o “cabeça de teia” em outras oportunidades. Concentre-se, enfim, no momento em que o Doutor Estranho perde o controle de um feitiço e abre uma brecha para que antigos vilões retornem.

Só isso já basta para sabermos que o conceito de multiverso é abraçado de uma vez por todas pela Marvel Studios, depois de ensaiar a temática nas séries Loki e What If?, disponíveis no Disney+. Agora, a ideia de que universos paralelos coexistem fica ainda mais real. Não é apenas devaneio dos quadrinhos, imaginação de fã. Um personagem pode estar morto em uma realidade, mas vivo em outra. Nada mais é concreto.

Com isso, o futuro da Marvel Studios passa pelo questionamento: como seguir com uma linha de histórias coesa, que agrade ao público geral, usando o multiverso?

Afinal, são mais personagens a serem explorados e mais possibilidades abertas. A chance de algo ficar confuso demais nas telonas se torna mais real. Kevin Feige, produtor da Marvel e responsável por orquestrar esse “universo compartilhado”, se torna uma figura ainda mais indispensável. É preciso alguém para delimitar o que pode ou não ser feito, já que erros e tropeços podem acontecer mais facilmente.

Como funciona

Nos quadrinhos, o multiverso já é explorado há décadas e, com isso, são vários os universos apresentados, como Universo Ultimate (Terra-1610), Zumbis Marvel (Terra-2149) e Marvel 1602 (Terra-311). Cada história tem suas particularidades, algumas bizarrices. Mas há uma graça, no geral, com essas tramas que brincam com as emoções do leitor. Um erro de uma HQ pode ser corrigido rapidamente usando o multiverso.

Nos cinemas, porém, as coisas não são tão simples. Ainda que a DC esteja seguindo esse caminho, é complicado fazer filmes simultâneos passados em diferentes universos, com personagens interpretados por vários atores ou, pior, mortos em um filme e vivos em outro. Isso daria um nó na cabeça do público, que poderia ter dificuldades de acompanhar o que está de fato acontecendo ali, sem falar da quebra de vínculo emocional.

De olho no que foi divulgado até agora sobre os próximos filmes da Marvel, como Doutor Estranho no Multiverso da Loucura e Thor: Amor e Trovão, o estúdio vai seguir pelo caminho de unir universos. Variações de personagens podem se enfrentar ou, então, servir como substituto – é uma boa maneira de encontrar um novo herói para Pantera Negra 2 após a morte de Chadwick Boseman, ou para introduzir Natalie Portman como “a nova Thor”. E que tal trazer os X-Men para dentro dos filmes da Marvel Studios?

As possibilidades que se abrem são valiosas. Novos personagens vão surgir, antigos reaparecem. A Marvel não terá mais limites para sua criatividade – e nem mesmo o espaço será uma barreira. Fica apenas a torcida para que os filmes saibam dosar o que há de melhor nas HQs e no cinema, usando imaginação para continuar a emocionar fãs por aí.

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