Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 12 de março de 2024
O Instituto Brasileiro de Olivicultura (Ibraoliva) saudou a recente operação realizada de forma conjunta entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) com o apoio das polícias civil do Rio de Janeiro e militar de São Paulo, que desarticulou uma quadrilha que realizou um esquema milionário de fraude em azeites de oliva. A Operação Getsêmani, apreendeu mais de 100 mil litros de produtos adulterados e prendeu dois suspeitos deste esquema. O prejuízo estimado aos infratores é de cerca de R$ 8,1 milhões.
De acordo com o presidente do Ibraoliva, Renato Fernandes, os fiscais do Ministério da Agricultura vêm fortalecendo cada vez mais o combate às fraudes do produto, que é um dos mais adulterados no mundo. Conforme dados apresentados em painel na última Expointer, cerca de 84% dos produtos que vêm de fora do país não estão nas conformidades do que diz no rótulo. “O Ibraoliva vem acompanhando com muita satisfação o desempenho que os auditores do Ministério da Agricultura tem realizado em relação à fiscalização do azeite consumido no nosso país. Os números são assustadores em relação às fraudes, que já na última década houve uma grande evolução na qualidade do azeite, principalmente do azeite à granel, no qual havia grande índice de mistura, e nos últimos dois anos tivemos uma grande redução nesse tipo de fraude”, comenta.
Fernandes relembra também que ainda existe um grande número de marcas que enfrentam fraude na classificação, onde azeites ditos extravirgens quando vão para as análises se constatam que são virgens. “Claro que aplaudimos qualquer tipo de ação e quando encontramos uma ação desta de centenas de milhares de litros é muito confortante saber que temos um grupo de auditores profissionais que estão empenhados em entregar um produto de verdade ao consumidor brasileiro. Só temos a agradecer pelo profissionalismo e empenho”, enfatiza.
Segundo as investigações, as empresas em questão importavam azeite de oliva de forma regular, mas faziam a adulteração do produto adicionando óleo de soja em uma fábrica clandestina no município carioca de Saquarema. No local, foram encontrados 60,6 mil litros de azeite extravirgem e 37,5 mil litros de óleo de soja, quantidade suficiente para produzir 196 mil garrafas de azeite fraudadas. O produto era rotulado e comercializado como azeite extravirgem em supermercados e distribuidoras do país. Foram apreendidas também 42 mil unidades do produto em depósitos e no varejo nas cidades de São Paulo, Recife e Natal.
Desde o ano passado, o Ibraoliva vem trabalhando fortemente uma campanha intitulada “Azeite Virgem não é Extravirgem”, com o objetivo de conscientizar sobre os produtos importados que, em muitas vezes, não são condizentes com o que diz o rótulo, assim lesando o consumidor final do produto.