Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 22 de junho de 2022
O jejum intermitente tem se popularizado nos últimos anos como uma alternativa para quem deseja emagrecer rápido. O método consiste em aumentar progressivamente o número de horas sem comer, começando em 12 e podendo chegar até 36, de modo a acostumar o organismo a funcionar ingerindo menos alimentos. Mas em que casos essa estratégia é uma bom caminho? E quais os riscos de adotá-la? Entenda abaixo, mas lembre-se: consultar um profissional é fundamental para descobrir qual plano alimentar é o mais indicado a você.
A nutricionista Pamella Paes explica que o jejum intermitente é um protocolo que tem como objetivo acelerar o metabolismo e, assim, fazer com que o paciente emagreça. As horas sem se alimentar geram um estresse para o corpo, e as células de gordura são, então, queimadas para a produção de energia, já que a glicose no sangue está em níveis baixos. Quando a refeição é ingerida, o organismo volta a trabalhar de maneira mais rápida.
“São várias funções hormonais que vão se adequando nos momentos em que a gente fica em comer. Quando retornamos, o mesmo acontece. Então, escolhemos uma quantidade de horas para seguir o protocolo e ingerir, no máximo, calorias vazias, como um café ou um chá”, detalha Pamella.
Por quanto tempo é recomendado ficar em jejum?
Apesar de ser possível passar um dia inteiro, ou até mais, sem comer, a nutricionista indica que a prática do jejum não passe de 20 horas. “Ficar mais de 24 horas sem comer gera um estresse muito grande para o corpo, que entende que você está com fome e não tem de onde se alimentar. O ideal é que se escolha quatro ou cinco dias na semana e deixar o corpo voltar a sua rotina alimentar normal nos outros”, orienta.
Para o nutricionista Sérgio Chames, é mais interessante observar os hábitos de cada pessoa na hora de adotar uma estratégia. Ele explica que há pessoas que não sentem muita fome pela manhã ou que preferem praticar exercícios antes de se alimentar. Nesses casos, o jejum pode ser uma boa opção, uma vez que, com uma refeição a menos e as outras do dia balanceadas, é possível reduzir a ingestão de calorias. Afinal, o que define o emagrecimento em linhas gerais é o déficit calórico.
“Ficar muito tempo em jejum não significa que o paciente vai ficar mais saudável ou emagrecer mais rápido. Não adianta ficar 30 horas em jejum e depois ter uma ingestão calórica maior do que teria se não fizesse jejum”, esclarece.
Em quais casos o jejum intermitente é recomendado?
Chames explica que, para pacientes pré-diabéticos, que apresentam resistência à insulina, o método é recomendado. A técnica pode ajudar a regular o nível de glicose no sangue, já que o índice glicêmico cai quando ficamos muitas horas sem comer, e o quadro pode ser revertido. Outro caso é o de pessoas que querem reeducar o organismo a trabalhar com uma quantidade menor de calorias. Isso funciona porque o jejum normaliza os níveis de grelina, hormônio responsável por estimular a sensação de fome, e ajuda a acostumar o corpo a receber menos refeições.
Quem não pode fazer o jejum intermitente?
De acordo com o nutricionista, ao contrário dos pacientes pré-diabéticos, aqueles que têm hipoglicemia, ou seja, índice menor de glicose no sangue, não podem ser adeptos desta prática. Quem sofre com úlceras, gastrite ou outras irritações e inflamações no estômago também entra na lista das contraindicações. Além disso, a falta de alimentação pode gerar outras desregulações no organismo, como pressão alta. Outro grupo para o qual a estratégia não é uma boa saída é o das pessoas que buscam o aumento da massa muscular.
“A performance não combina com o jejum. Ele pode ser prejudicial para a hipertrofia, por você não ingerir a quantidade necessária de macronutrientes que são necessários no dia, já que faz menos refeições”, explica Chames.