Sábado, 28 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 21 de junho de 2022
Cada aplicação da vacina contra herpes-zóster custa em torno de R$ 843 na rede privada. Com esquema de duas doses, com intervalo de dois meses, o custo total fica em torno de R$ 1.686. Além da tecnologia, a variação cambial também reflete no preço final do imunizante. Segundo a farmacêutica GSK, o valor pode variar conforme o ICMS de cada região do País e a prática de preço das clínicas privadas. A distribuição da vacina foi iniciada, com previsão de abastecimento considerável em todo o Brasil até julho.
“Cobreiro”
Além de incômodo, dor e lesões na pele, o herpes-zóster, também chamada de cobreiro, pode causar graves sequelas. Se não tratada de forma rápida, a doença pode desencadear complicações sérias, afetar terminações nervosas nos olhos, no ouvido, na face, causando paralisia, perda auditiva e visual. No Brasil, o tema se torna ainda mais relevante, dado o aumento de 35,4% nos casos notificados da doença, observado durante a pandemia da covid.
Vacina
A Shingrix tem mais de 90% de eficácia em pessoas a partir de 50 anos, idade em que o vírus começa a atacar com mais frequência. Na faixa etária de 50 a 69 anos de idade, a eficácia chega a 97%. É a primeira vacina contra o herpes-zóster que pode ser usada em indivíduos imunocomprometidos, que têm o sistema imunológico enfraquecido e têm mais possibilidade de desenvolverem a doença. No caso da Zostavax, vacina da geração anterior, da farmacêutica MSD, que tinha eficácia menor, este tipo de uso também não era permitido.
Já a Shingrix, utilizada em outros países como os Estados Unidos, é uma vacina inativada. A vantagem é que pode ser aplicada em imunodeprimidos e tem licenciamento a partir de 18 anos de idade. E, claro, que a gente recomenda para pessoas entre 18 e 50 anos que tenham alguma predisposição à doença. Em geral, imunocomprometidos e também situações que levam ao risco da zóster, como a diabete. É recomendada também para pessoas acima de 50 anos como uma vacina de rotina. Além disso, a nova vacina também protege contra uma complicação grave do herpes-zóster, a neuralgia pós-herpética, doença que provoca vesículas (bolhas na pele) que causam muita dor.
Além do Brasil, a Shingrix já está licenciada para uso na União Europeia e em diversos países como EUA, Canadá, Japão, China, Nova Zelândia, Cingapura e Austrália. Por enquanto, nenhuma das vacinas está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS).
O que é herpes-zóster?
Herpes-zóster ou cobreiro é uma doença causada pelo vírus varicela-zóster, o mesmo que causa também a catapora. O vírus permanece em latência durante toda a vida da pessoa.
A reativação ocorre na idade adulta ou em pessoas com comprometimento imunológico, como os portadores de doenças crônicas (hipertensão, diabetes), câncer, aids, transplantados, entre outras.
Excepcionalmente, há pacientes que desenvolvem herpes-zóster, após contato com doentes de varicela e, até mesmo, com outro doente de zóster, o que indica a possibilidade de uma reinfecção em quem já foi previamente imunizado. É também possível uma criança adquirir varicela por contato com doente de zóster. A doença pode levar a complicações e outras formas clínicas graves, inclusive, à morte.