Domingo, 12 de janeiro de 2025

Líder da oposição venezuelana agradece Donald Trump por “apoio inabalável”

A líder da oposição da Venezuela, Maria Corina Machado, agradeceu o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, pelo que definiu como “apoio inabalável”.

“Presidente Trump, seu apoio inabalável à luta da Venezuela pela democracia é profundamente valorizado. Com coragem extraordinária, o povo venezuelano desafiou consistentemente o medo e a repressão brutal, permanecendo unido para rejeitar um regime criminoso desesperado para se agarrar ao poder e fugir da justiça”, disse ela em uma publicação na rede social X.

A opositora acrescentou que a preocupação oportuna e decisiva do republicano com a segurança dela foi “um ponto de virada”.

Ainda na publicação, Maria Corina afirmou que Nicolás Maduro, que assumiu o terceiro mandato na sexta-feira (10), e os aliados dele vão fracassar e que o povo venezuelano está decidido na “busca pela liberdade e pela dignidade”.

“Sob o presidente eleito Edmundo González, a Venezuela crescerá mais forte, mais livre e mais unida do que nunca, tornando-se um farol de estabilidade e força para as Américas”, disse ela.

Em uma publicação na sua rede social, Truth Social, o republicano exaltou a ex-deputada e o opositor do chavista nas eleições, Edmundo González, a quem chamou de “presidente eleito”.

“A ativista da democracia venezuelana Maria Corina Machado e o presidente eleito Gonzalez estão expressando pacificamente as vozes e a VONTADE do povo venezuelano, com centenas de milhares de pessoas se manifestando contra o regime”, escreveu Trump. “A grande comunidade venezuelano-americana nos Estados Unidos apoia de forma esmagadora uma Venezuela livre e me apoiou fortemente. Esses lutadores pela liberdade não devem ser prejudicados e DEVEM permanecer VIVOS e SEGUROS!”

Maduro tomou posse em meio a um cenário de turbulência política, no qual enfrenta contestações sobre resultado da eleição realizada em julho do ano passado e acusações de violência contra opositores.

Trump une coro com uma série de lideranças e chefes de Estado que repudiaram a repressão à opositora após ter sido supostamente detida na última quinta-feira (9) depois da sua primeira aparição pública após 133 dias na clandestinidade no país. Pouco mais de uma hora depois dos relatos de detenção, María Corina surgiu em um vídeo dizendo que estava “a salvo”.

Segundo seu partido, o comboio que a escoltava foi interceptado e alvejado com tiros depois do comício em Caracas. A oposição afirma que, durante o período em que ficou sob custódia, ela teria sido forçada a gravar diversos vídeos. Os detalhes do confuso incidente serão esclarecidos pela ex-deputada mais tarde, garantiram seus assessores.

María Corina e González contestam o resultado das eleições de 28 de julho, na qual o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) proclamou Maduro vencedor, mas sem apresentar as atas que o comprovem. Em setembro, ele foi para o exílio em Madri temendo ser preso pelo regime, e ela passou a viver escondida dentro da Venezuela.

As autoridades venezuelanas — que oferecem US$ 100 mil dólares (R$ 613 mil) por sua prisão — já alertaram que, se ele chegar ao país, “será preso imediatamente” e seus companheiros internacionais serão tratados como “invasores”.

A reação de Trump, que toma posse em 20 de janeiro, acontece após a Casa Branca, ainda sob controle de Joe Biden, exigir o “respeito ao direito de María Corina Machado de falar livremente” antes do anúncio da sua libertação. “Condenamos publicamente Maduro e seus representantes por tentarem intimidar a oposição democrática”, disse à AFP um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional americano, que pediu anonimato.

O governo espanhol também expressou sua “preocupação” e “total condenação” à suposta prisão de Maria Corina Machado. Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Espanha pediu ainda que a “integridade” dos líderes da oposição seja “protegida e salvaguardada”. O presidente do Panamá, José Raúl Mulino, pediu respeito à “integridade pessoal” de María Corina, advertindo no X que o “regime ditatorial [de Maduro] é responsável pela sua vida”.

O Gabinete da Presidência da Argentina expressou “extrema preocupação” com o que descreveu como “ataque criminoso do regime chavista contra a líder democrática” María Corina. “A um dia da posse do presidente eleito Edmundo González, o ditador Nicolás Maduro faz uma demonstração de força, atacando a maior referência em favor de uma Venezuela livre e democrática”, escreveu em comunicado.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Sine Municipal de Porto Alegre disponibiliza 1.751 vagas nesta semana
Defesa de Bolsonaro diz que apresentará convite para posse de Trump
Pode te interessar
Baixe o app da TV Pampa App Store Google Play