Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 11 de dezembro de 2024
Abu Mohammed al-Jolani, líder do grupo rebelde HTS que tomou a frente na incursão que depôs o presidente da Síria, Bashar al-Assad, afirmou que os governos estrangeiros não deveriam se preocupar com o que vai acontecer no país, dizendo que a Síria “não está pronta” para outra guerra.
Al-Jolani declarou a repórteres na capital síria, Damasco, na terça-feira (10), que os países estrangeiros não deveriam ter medos desnecessários.
“O medo era da presença do regime que agora se foi”, disse Jolani. “O país está caminhando para o desenvolvimento e a reconstrução. Está indo em direção à estabilidade.”
O líder continuou pontuando que “as pessoas estão exaustas da guerra, então o país não está pronto para outra e não vai entrar em mais um conflito”.
“A fonte dos nossos medos eram as milícias iranianas, o Hezbollah e o regime que cometeu os massacres que estamos vendo hoje”, concluiu.
Entenda
O regime da família Assad foi derrubado na Síria no dia 8 de dezembro, após 50 anos no poder, quando grupos rebeldes tomaram a capital Damasco.
O presidente fugiu do país e está em Moscou após ter conseguido asilo, segundo uma fonte na Rússia.
A guerra civil da Síria começou durante a Primavera Árabe, em 2011, quando o regime de Bashar al-Assad reprimiu uma revolta pró-democracia.
O país mergulhou em um conflito em grande escala quando uma força rebelde foi formada, conhecida como Exército Sírio Livre, para combater as tropas do governo.
Além disso, o Estado Islâmico, um grupo terrorista, também conseguiu se firmar no país e chegou a controlar 70% do território sírio.
Os combates aumentaram à medida que outros atores regionais e potências mundiais – da Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos à Rússia – se juntaram, intensificando a guerra no país para o que alguns observadores descreveram como uma “guerra por procuração”.
A Rússia se aliou ao governo de Bashar al-Assad para combater o Estado Islâmico e os rebeldes, enquanto os Estados Unidos lideraram uma coalizão internacional para repelir o grupo terrorista.
Após um acordo de cessar-fogo em 2020, o conflito permaneceu em grande parte “adormecido”, com confrontos pequenos entre os rebeldes e o regime de Assad.
Mais de 300 mil civis foram mortos em mais de uma década de guerra, segundo a ONU, e milhões de pessoas foram deslocadas pela região.