Quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 9 de julho de 2023
O lobby de entidades ligadas a bancos nunca esteve tão escrachado em Brasília, abismando pela falta de limites. Aproveita-se de brechas para emplacar mais privilégios para o setor. Na semana em que pressionou senadores para privatizar a execução de dívidas dos clientes, os lobistas também penduraram um “jabuti” no projeto que de debêntures de empresas de infraestrutura, para atrair investimentos essenciais. O lobby conseguiu reduzir os impostos para bancos que investem no setor.
Horror a impostos
Os lobistas incluíram no texto a redução de 25% para 15% da tributação sobre investimentos em debêntures incentivadas.
Meteram a mão
O elogiado projeto do deputado João Maia (PL-RN) pretendia modernizar as leis de parcerias público-privadas, até que os bancos meteram a mão.
Mesma estratégia
O projeto da Lei das Garantias passou na Câmara como “avanço”. No Senado, os bancos o desvirtuaram para se aproveitar da situação.
Escrúpulos escassos
Para privatizar execuções de dívidas, o lobby dos bancos mandou às favas os escrúpulos para se associar a outro lobby pior, dos cartórios.
Ministro propõe criminalizar celular como ‘arma’
Projeto que tramita na Câmara prevê a criminalização do uso de uma das poucas “armas” que restam ao cidadão para fazer valer os seus direitos no serviço público, quando são vítimas de mau atendimento ou de negligência: a câmera de foto e vídeo do celular. O projeto é de autoria de um petista que atualmente exerce o cargo de ministro das Relações Institucionais: Alexandre Padilha. Ele era deputado federal pelo PT-SP quando apresentou seu próprio projeto de censura, em junho de 2020.
Como em ditaduras
A pessoa desrespeitada terá de pedir autorização a quem o desrespeitou para fazer foto ou vídeo. Ou cometerá “crime” de documentar a desfeita.
Precedente perigoso
O foco de Padilha são estabelecimentos de saúde, mas, se emplacar, a censura pode ser ampliada a delegacias ou quaisquer outras repartições.
Imprensa impedida
Em seu projeto, Padilha não abre exceção nem mesmo para a imprensa na cobertura de fatos e denúncias: fotos e imagens só “autorizadas”.
Efeito positivo
Nada como uma CPI que funcione. A CPI do MST já rende bons frutos. Seu presidente, deputado Tenente-Coronel Zucco (Rep-RS), revela feedback recebido do agronegócio: “terminaram as invasões”.
Cachimbo da paz
A turma do deixa-disso do PL tenta um jantar, no bilateral, do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Acompanhantes e celulares ficariam na antessala. Eles já admitem que seriam os mais prejudicados com o esfriamento da relação.
Seremos dizimados
O ex-secretário da Receita Federal Marcos Cintra fez avaliação nada otimista sobre a reforma tributária aprovada a toque de caixa na Câmara dos Deputados na última semana: “a classe média será dizimada”.
DF em alerta
O presidente da Câmara, Arthur Lira, não deu qualquer sinal de que o Fundo Constitucional do DF será mantido fora da regra fiscal. O texto deve ser apreciado só em agosto, após o recesso dos parlamentares.
Sonho no PSB
Não deve prosperar, mas circula no PSB a ideia de que, em eventual decisão de Lula de não concorrer à reeleição, o partido lance o vice-presidente Geraldo Alckmin na disputa.
Porto vai afundar de novo?
Jair Bolsonaro mostrou a evolução do Porto de Santos, cuja privatização está sendo melada pelo ministro Márcio França (Portos e Aeroportos) por razões ideológicas: saiu do prejuízo de R$468,72 milhões, em 2018, para lucro superior a meio bilhão de reais, exatos R$547 milhões, em 2022.
Aécio se assanha
A empreitada de Aécio Neves (PSDB), que tenta viabilizar uma disputa majoritária em 2026, conta com apoio de cardeais tucanos como o ex-senador Aloysio Nunes. Tucanos como João Dória não querem papo.
Nosso bolso
Indicador da Associação Comercial de São Paulo, o impostômetro bateu os R$176,812 bilhões em impostos pagos pelos brasileiros só em maio. É o maior valor já tomado do pagador de impostos para o mês.
Pensando bem…
…a repaginada milionária de Janja no Alvorada já indicava que as reformas do governo Lula sairiam bem caras.
PODER SEM PUDOR
Água enferruja
Ao contrário de Lula (PT), que chegou a ordenar a expulsão do correspondente do New York Times, Larry Rotter, em razão de reportagem sobre seus hábitos, o presidente Jânio Quadros nunca xingou jornalistas que falavam do seu pendor pelo copo, até porque não o escondia. Certa vez, em campanha para prefeito de São Paulo, aceitou convite de uma eleitora para almoçar. Com a carne assada no ponto, a anfitriã perguntou, gentil: “O senhor toma um copo d’água?” Jânio respondeu, com seu jeito característico: “Água, minha senhôra, é para radiador de automóvel!”
(Com a colaboração de Rodrigo Vilela e Tiago Vasconcelos)