Sábado, 11 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 10 de janeiro de 2025
A decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de realizar uma reforma ministerial ainda no mês de janeiro foi a estratégia escolhida pelo governo para evitar que as mudanças na Esplanada dos Ministérios sejam interpretadas como uma barganha com o Congresso Nacional.
Ao optar por antecipar as modificações, Lula busca garantir que as trocas não sejam associadas a algum tipo de negociação com os novos presidentes da Câmara e do Senado, cujos nomes serão eleitos na primeira semana de fevereiro. O movimento visa também evitar que qualquer interpretação de conchavos políticos gere um desgaste para o governo logo no início do ano.
De acordo com interlocutores próximos do primeiro escalão do Palácio do Planalto, Lula está bastante atento ao modo como a reforma será recebida tanto pela opinião pública quanto pelas forças políticas do Congresso.
A principal preocupação do presidente é que as mudanças ministeriais não sejam vistas como resultado de uma troca de favores com os futuros presidentes das duas Casas, que assumirão seus cargos em fevereiro, mas sim como uma ação estratégica para aprimorar a governança do País. Esse cuidado é especialmente relevante após os intensos debates sobre a relação do governo com o Congresso no ano passado.
Ainda assim, nos bastidores, a informação é de que as possíveis mudanças estão todas “na cabeça do presidente”. Lula ainda estaria avaliando com cautela quais modificações exatamente realizará e em quais pastas do governo.
As fontes afirmam que, apesar de as discussões ainda estarem em fase de análise, o sentimento dentro do Planalto permanece o mesmo do ano passado: trata-se de uma reforma ministerial “pontual” e “pequena”, ou seja, mudanças mais focadas, sem grandes alterações em termos de volume ou estrutura.
Em uma entrevista concedida à Globonews, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, confirmou que as trocas devem ocorrer antes de uma reunião ministerial, agendada para o dia 21 de janeiro. “O presidente está focando em aperfeiçoar a gestão. Há um indicativo do presidente de fazer eventuais mudanças ainda neste mês. Até para que aquele que entrar possa ter mais tempo de fazer as alterações daquilo que o presidente espera”, afirmou o ministro, reforçando a ideia de que a reforma será feita com o objetivo de otimizar a administração e garantir maior eficiência na implementação das políticas do governo. Rui Costa também acrescentou: “Nós teremos uma reunião de ministérios no dia 21. E, eventualmente, alterações, se o presidente assim decidir, devem ser feitas antes dessa reunião ministerial.”
As primeiras trocas no governo, ainda no início do ano, foram oficializadas nesta semana no comando da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom). O publicitário Sidônio Palmeira assumiu o lugar do deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS) e está previsto para tomar posse na próxima terça-feira, dia 14 de janeiro. Palmeira terá como missão ajustar a comunicação do governo, um setor que tem sido alvo de críticas tanto dentro do Palácio do Planalto quanto entre aliados de Lula.
A principal expectativa é que o novo comandante da Secom consiga melhorar a imagem do governo, principalmente com foco nas eleições de 2026, aprimorando a articulação política e a presença do governo nas redes sociais, onde tem enfrentado desafios em termos de comunicação e engajamento.