Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025

Lula reapresenta relógio do século XVII e vaso danificados nos atos do 8 de Janeiro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reapresentou nessa quarta-feira (8) dois importantes itens históricos que haviam sido danificados durante os ataques extremistas de 8 de janeiro de 2023 às sedes dos Três Poderes. O gesto de resgatar os objetos, que simbolizam a resistência e a preservação da cultura nacional, foi feito no Palácio do Planalto, onde o petista posou para fotos ao lado do relógio do século XVII, trazido ao Brasil por Dom João VI, e de uma ânfora esmaltada, ambos restaurados com o auxílio de especialistas. Embora Lula não tenha proferido um discurso, o ato teve grande significado simbólico em meio às consequências do ataque às instituições democráticas.

O relógio do século XVII, que se tornou o item mais emblemático danificado nos ataques, passou por um processo de restauro que mobilizou uma equipe internacional de especialistas. Relojoeiros, curadores e artesãos, tanto suíços quanto brasileiros, dedicaram-se ao trabalho de recuperação da peça. O restauro exigiu tanto a análise detalhada do estado do objeto quanto o transporte de partes do relógio para a Suíça, em dezembro de 2023, onde as etapas finais do conserto foram realizadas.

A ânfora, por sua vez, passou por um processo de recuperação conduzido pela Universidade Federal de Pelotas, responsável por restaurar o objeto danificado. O cuidado e a dedicação para restaurar esses itens simbolizam não apenas o resgate do patrimônio cultural, mas também uma reafirmação da importância da preservação dos bens históricos do País.

A primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, fez o primeiro discurso da cerimônia. Ela ressaltou o caráter simbólico do ato, lembrando que o Palácio do Planalto, assim como as outras sedes dos Três Poderes, foi vítima do “ódio que estimula e continua estimulando atos antidemocráticos”. Janja afirmou que, poucos dias antes dos ataques, o Brasil “vibrava porque a esperança tinha vencido o ódio”, referindo-se à eleição de Lula contra Jair Bolsonaro em 2022.

No entanto, ela destacou que, após a vitória, houve uma tentativa de “sufocar a esperança”. Ela acrescentou: “Estamos aqui não para lamentar, mas muito menos para esquecer”, enfatizando que a memória dos acontecimentos deve ser preservada para que a democracia prevaleça.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, também se pronunciou sobre as ações de recuperação. Ela anunciou que, no total, 20 obras estavam sendo devolvidas à sociedade, sendo sete delas restauradas após terem sido vandalizadas nos ataques. As atividades de restauração e outros serviços correlatos, conforme informou, custaram cerca de R$ 2 milhões.

A reapresentação dos objetos restaurados foi o primeiro ato de Lula nesse 8 de janeiro, dois anos após os ataques. Além do relógio e da ânfora, o presidente também reapresentou a tela “As Mulatas”, de Di Cavalcanti, que também foi danificada no episódio de 2023.

Após o evento, Lula participou de um evento no principal salão do Palácio do Planalto, onde foram realizados discursos políticos. Para encerrar a programação do dia, o presidente ainda participou de um “abraço simbólico” à Praça dos Três Poderes, um gesto simbólico de união e resistência à tentativa de desestabilização das instituições democráticas. (Estadão Conteúdo)

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