Quinta-feira, 26 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 2 de dezembro de 2024
O embaixador e secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Mauricio Lyrio, afirmou, nessa segunda-feira (2), que o Brasil está esperançoso de que as negociações para o acordo entre o Mercosul e a União Europeia (UE) sejam finalizadas ainda neste ano.
De acordo com Lyrio, os países realizaram três rodadas de negociações neste segundo semestre, que resultaram em “avanços importantes”. As questões pendentes, de consenso, foram submetidas aos líderes de cada país para avaliação.
“Estamos vendo de maneira positiva o desenrolar das situações. […] O que pretendemos é chegar à conclusão das negociações neste ano. Estamos esperançosos”, afirmou o embaixador.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja nesta semana a Montevidéu, no Uruguai, para participar da Cúpula do Mercosul. O evento acontece entre os dias 5 e 6 de dezembro.
O acordo entre Mercosul e União Europeia deve dominar as discussões desse encontro do bloco. As negociações ocorrem desde 1999. O principal objetivo é zerar as tarifas de importações de mais de 90% dos bens comerciados entre o bloco.
Mercosul e UE reduziram significativamente o número de divergências e têm apenas “um ou dois pontos” em aberto para concluir as negociações de um acordo de livre comércio entre os dois blocos.
Um dos poucos pontos de divergência é a oposição do presidente Emmanuel Macron e do setor privado francês em assinar o acordo. No entanto, é provável que esse fator tenha pouco efeito na assinatura e na ratificação do acordo, caso as negociações cheguem realmente a bom termo.
Presença de Lula
A viagem de Lula para Montevidéu será a primeira internacional desde o acidente doméstico em outubro. O presidente caiu no Palácio da Alvorada e feriu a parte de trás da cabeça.
Por recomendação médica, ficou impedido de voar e precisou cancelar compromissos internacionais como a ida para a Cúpula do G20, na Rússia, e para a COP29, no Azerbaijão.
Na Cúpula do Mercosul, Lula deve se concentrar nas discussões sobre o acordo com a UE. Segundo o Itamaraty, não há reuniões bilaterais com chefes de estado confirmadas, mas houve pedido do Panamá – país em processo de adesão ao bloco – e da Bolívia – recém-aderido.
Argentina
O Itamaraty informou não ter a informação de quais serão as pautas prioritárias da Argentina na Cúpula do Mercosul. No G20, realizado no Rio de Janeiro neste mês, o país vizinho teve posições “discrepantes” do restante dos países-membros.
No Rio de Janeiro, a oposição mais forte da Argentina foi contra políticas de igualdade de gênero defendidas pelo Brasil. A declaração ministerial sobre o tema precisou ser divulgada com destaque, para o fato de que todos os integrantes do grupo, exceto a Argentina, concordaram com os termos.
O tema da igualdade de gênero, segundo o Itamaraty, também será um dos pontos discutidos pelo Mercosul nesta semana. No entanto, o governo brasileiro avalia como improvável que o bloco tenha retrocesso na pauta de Direitos Humanos em razão de uma oposição argentina, limitando-se, no máximo, a uma baixa de prioridade. As informações são do portal de notícias CNN.