Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de abril de 2022
A vitória de Emmanuel Macron, somando 53,8% dos votos contra 43,2% da representante da direita, Marine Le Pen, deixou um recado que foi compreendido pelo agora vitorioso representante do centro político. A direita teve 12,8 milhões de votos contra os 16,8 milhões de votos do candidato do centro político, e os direitistas tornaram-se relevantes na França. A votação de Le Pen mostrou que os direitistas abandonaram o silêncio e hoje têm coragem de dizer que são conservadores e de direita, mesmo que isso lhes custe narrativas definindo-os como “fascistas”, algo bem conhecido no Brasil. Macron percebeu o peso da direita nesta eleição e, cauteloso, prometeu “governar para todos”.
A mídia de um modo geral ficou de lado de Macron e bateu na tecla de que sua derrota significaria “o fim da União Europeia”, já que Le Pen deixou claro que, se vencesse a eleição, iria, dentro da sua ideia de nacionalismo, rever a participação da França no bloco e abandonar o Euro, retomando o Franco como a moeda francesa. A forma negativa como essa posição de Le Pen foi destacada pela mídia trouxe preocupação aos mercados que apostaram forte na reeleição de Macron.
Itamaraty ainda não emitiu nota oficial
Deverá sair ainda esta semana uma nota do Itamaraty cumprimentando Emmanuel Macron pela reeleição. A demora na divulgação da tradicional manifestação se deve à insatisfação do governo com algumas manifestações invasivas e inadequadas de Macron sobre a Amazônia e pelo seu gesto de receber o ex-presidiário Lula em novembro passado.
Ativistas do STF querem negar a Bolsonaro direito constitucional
Assim como no caso do indulto concedido ao deputado federal Daniel Silveira, decisão semelhante do então presidente, o ex-presidiário Lula, recebeu inúmeras críticas de que estaria “confrontando” uma sentença do STF ao não extraditar o terrorista Cesare Battisti, cujo advogado era o jurista Luís Roberto Barroso, atual ministro do STF, hoje um assumido ativista da oposição no Brasil.
O colunista, nesta questão e sem achismos, acompanha a posição do ex-ministro Fábio Medina Osório, que chefiou a Advocacia-Geral da União. Medina Osório entende que em ambos os casos – o do terrorista Battisti, que tinha como advogado o hoje ministro Luís Roberto Barroso, do STF, e o caso do deputado Daniel Silveira –, “os presidentes agiram dentro dos limites constitucionais. O indulto e o poder de extraditar se inserem no sistema de divisão de Poderes. A palavra final, nessas situações, cabe ao Poder Executivo. Inclusive, houve críticas no sentido de que Lula teria desrespeitado a decisão do STF e a própria Justiça italiana, a qual condenou Battisti por prática de homicídios. No entanto, Lula agiu nos limites da Constituição. A recusa da extradição é entendida como um ato discricionário do presidente, ou seja, é um direito concedido ao chefe do Poder Executivo ao tomar posse. Por isso, a extradição ou não é considerada um ato privativo do presidente, bem como a concessão de indulto coletivo ou individual, também prevista na Constituição”, explica o ex-ministro Fábio Medina Osório.
Com a palavra, o ex-advogado do terrorista Cesare Battisti
Falando como advogado do terrorista italiano Cesare Battisti, o atual ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal, manteve o hábito de falar fora dos autos sobre temas que entrarão na pauta da Suprema Corte e sobre os quais ele não se dará por impedido de julgar, dentro da sua conhecida visão de ética e compostura. Segundo ele, não há “nenhuma semelhança” entre os casos do deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) e do seu antigo cliente, o ex-ativista italiano Cesare Battisti, extraditado em 2019. A fala do atual ministro do STF aconteceu ontem, durante o Brazil Summit Europa 2022, organizado pela universidade Hertie, e onde também estavam presentes a ex-presidente Dilma Rousseff e o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta.