Sexta-feira, 22 de novembro de 2024

Mauro Cid: relembre a trajetória do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro entre prisões e depoimentos

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), é peça central nos inquéritos que se debruçam sobre os ataques às urnas eletrônicas, os atos golpistas, as fraudes no cartão de vacinação do ex-chefe do Executivo e o suposto esquema de venda de joias e presentes entregues ao então chefe do Executivo.

A proximidade do militar com o núcleo decisivo do governo de Bolsonaro permitiu a abertura de novas linhas investigativas, incluindo a que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado para impedir que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tomasse posse do cargo de presidente.

Depois de ele deixar a Ajudância de Ordens da Presidência da República, o 1º caso a vir a público era o de que Cid supostamente operava um esquema de caixa 2 no Planalto com o cartão corporativo da Presidência da República. Ele negou. Em 3 de maio, Cid foi preso na operação Venire, que investiga fraude em cartões de vacinação.

Pouco mais de 4 meses depois, ele fechou um acordo de delação premiada e foi solto com medidas restritivas. A colaboração foi homologada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), em 9 de setembro de 2023.

Como ajudante de ordens, Cid mantinha uma relação de muita proximidade com o então presidente: atendia telefonemas, cuidava de suas contas pessoais e até lhe apresentava publicações nas redes sociais que pudessem desagradá-lo. Entre suas atribuições, o militar cuidava também da conta bancária pessoal da então primeira-dama Michelle Bolsonaro.

As investigações que miram Bolsonaro e outros aliados do antigo governo envolvem, em sua maioria, indícios colhidos na delação ou provas encontradas nos materiais apreendidos em aparelhos de Mauro Cid.

Linha do tempo

Investigado em diversas frentes, Cid já foi preso duas vezes e prestou dez depoimentos. Veja a seguir:

• Abril de 2023: 1º depoimento à PF (caso das joias sauditas);
• Maio de 2023: Prestou novos depoimentos à PF e foi preso por falsificar dados no cartão de vacinação. Cid ficou em silêncio em dois depoimentos;
• Julho de 2023: Depoimento na CPMI do 8 de janeiro;
• Agosto de 2023: Depoimento na CPI dos Atos Antidemocráticos e no Caso Delgatti, hacker condenado por calúnia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro;
• Setembro de 2023: Cid é solto após acordo de delação premiada homologada pelo ministro Alexandre de Moraes;
• Março de 2004: Nova prisão decretada após vazamento de áudios nos quais Cid reclamava do tratamento de Moraes e investigadores. Sai preso após novo depoimento no Supremo;
• Maio de 2024: Cid é solto novamente;
• Junho de 2024: Novo depoimento à PF sobre o caso das joias;
• Novembro de 2024: Novo depoimento à PF sobre os atos golpistas de 8 de janeiro.

Delação mantida

Nessa quinta-feira (23), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a validade do acordo de delação premiada Mauro Cid, após depoimento de quase 3 horas na Suprema Corte. A colaboração premiada foi firmada entre a Polícia Federal e o tenente-coronel em 2023.
Segundo informações de O Globo, o ex-ajudante de ordens manteve sua delação após três horas de depoimento ao “falar muita coisa” sobre a participação do general Walter Braga Netto na tratativas e planos para executar um golpe de estado que impedisse a posse de Lula após a eleição de 2022.

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