Segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 9 de outubro de 2024
Aos 51 anos, Eliana revelou que, ao entrar na menopausa, tem tido dificuldades para dormir. Este período da vida da mulher pode trazer uma série de desafios, entre eles, a alteração da qualidade do sono, relacionadas às flutuações hormonais. A questão foi abordada durante o programa “Saia justa”, do canal GNT, explicando que, assim como a apresentadora, outras mulheres enfrentam dificuldades significativas nessa fase. “É louco a menopausa batendo na porta. Eu até durmo na hora que eu quero dormir, mas o sono é interrompido durante a madrugada. Por causa dos hormônios. Eu estou ainda estudando um pouquinho sobre isso”, disse ela.
A ginecologista Isabela Melo explica que cerca de 70% das mulheres na fase de transição da menopausa experimentam fogachos, também conhecidos como ondas de calor. “Esses episódios, que duram de segundos a minutos, estão associados a um descontrole no eixo do córtex cerebral que regula a temperatura corporal. Os fogachos podem acontecer com sudorese e, muitas vezes, se manifestam à noite, resultando em despertar noturno e insônia”, afirma.
Os sintomas da menopausa variam e não surgem de uma vez. “O mais comum relatado é o fogacho, que pode aparecer acompanhado de instabilidade emocional, desânimo, cansaço, lapsos de memória, alterações no ciclo menstrual, sudorese, baixa autoestima, baixa libido, cefaleias, sensibilidade mamária, insônia, palpitações e dificuldade em perder peso”, explica Isabela.
Além da dificuldade para dormir, a menopausa pode desencadear outros distúrbios. “Alterações genitais e urinárias são frequentes, levando à incapacidade de continência urinária, resultando em níveis baixos de estrogênio que afetam a mucosa genital”, relata a médica. Também há um aumento do risco de transtornos depressivos; “Sabemos que quanto mais cedo a menopausa acontece, maior o risco de a mulher ser acometida pela depressão devido às alterações precoces no organismo”, fala a especialista.
Níveis de colesterol
Outro aspecto a ser considerado é o aumento dos níveis de colesterol. “Com a queda dos níveis de estrogênio, há menor transformação desse colesterol em hormônios, o que resulta em maior quantidade de LDL circulante, o ‘colesterol ruim’. O risco de doenças cardiovasculares é proporcionalmente maior se essa mulher tiver níveis aumentados de colesterol total”, afirma a ginecologista.
Por fim, a menopausa pode agravar a síndrome do túnel do carpo que é uma condição que causa dor e desconforto. “Síndrome de túnel do carpo é uma condição que causa dor, formigamento e dormência nas mãos; durante a menopausa, há maior retenção de líquidos, podendo aumentar a pressão no túnel do carpo e irritar o nervo mediano”, detalha a especialista.
A terapia de reposição hormonal (TRH) é uma abordagem que pode ajudar a tratar os distúrbios do sono associados à menopausa. “Durante essa fase, a mulher vive uma verdadeira tempestade de flutuações hormonais”, enfatiza a especialista. O uso da terapia de regulação hormonal objetiva impedir as grandes flutuações que geram o sono intranquilo.
Muitas mulheres recorrem a medicamentos para insônia, mas a especialista alerta: “Essa situação é igual tapar o sol com triagem: em geral, a causa da insônia não está sendo tratada. Iniciar a rotina significa ir ao alvo do problema, equilibrando o ciclo circadiano e ajustando o relógio biológico”, conclui a ginecologista.