Quarta-feira, 29 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 27 de janeiro de 2025
Por que existe o amor platônico? Essa pergunta ecoa nas entrelinhas de nossas vidas, como um sussurro de uma paixão que se esconde nas sombras do cotidiano.
Ao longo da nossa jornada, cruzamos com diversas almas: algumas que nos tocam com a ternura dos laços familiares, outras que acendem e se entrelaçam nas chamas de uma paixão arrebatadora.
Mas há aqueles amores que parecem flutuar em um plano etéreo, inatingíveis e distantes, como estrelas que iluminam a noite sem nunca poderem ser tocadas.
Às vezes, sinto-me um sonhador preso em um enredo onde o amor platônico se torna minha única realidade. Observo de longe, admirando a beleza de uma mulher que não apenas preenche meu dia com luz, mas também transforma minha rotina em poesia.
Meu coração pulsa mais forte quando estou em sua presença, mas em um ritmo suave, sem os tremores típicos de uma paixão avassaladora, como se já estivesse se entranhado no âmago do meu ser…
É uma espécie de admiração profunda, equilibrada e silenciosa, mas também levemente dolorosa…
Eu sei que ela já tem seu próprio mundo, cheio de amores, controvérsias e compromissos, sem tempo para olhar para mim. O amor platônico é uma dança delicada entre alegria, dor e tristeza. Ao mesmo tempo, sinto-me realizado apenas por saber que ela existe…
Neste vasto universo, cada sorriso dela é como um raio de sol em um dia nublado; cada risada, uma melodia que aquece minha alma. E, mesmo quando a tristeza paira sobre ela, meu coração se parte em mil pedaços, desejando ser seu abrigo e conforto.
Não sei explicar mais; é simplesmente uma entrega incondicional, algo tão raro e precioso quanto o brilho de uma estrela que dança no céu na escuridão da noite, refletindo os sonhos guardados de outros corações apaixonados.
Já sonhei em dizer tudo o que sinto, confessar minha devoção silenciosa, guardada apenas em meus pensamentos. Mas o medo de perdê-la para sempre paralisa todos os ossos do meu corpo.
Confesso que temo perder até mesmo os poucos momentos em que posso me deleitar com seus olhares quando seus olhos cruzam com os meus. Sei que esse amor poderia até mesmo ser um fardo ou quem sabe uma bênção; de qualquer forma, optei por ver seu lado mais luminoso e lúdico…
E assim sigo caminhando pela vida, alimentando essa chama interna como um artista que pinta em sua mente as mais belas paisagens. A alegria de saber que ela está por perto é minha razão de viver.
Sinto-me mais leve só de imaginar seu sorriso enquanto ela dança na pista da vida, mesmo que essa dança seja distante e silenciosa.
O amor platônico traz consigo um sofrimento solitário, mas também uma felicidade inexplicável de simplesmente amar alguém por quem nunca precisei competir…
E assim sigo minha jornada, navegando entre os mares do amor platônico, onde as ondas da admiração e do desejo se entrelaçam em uma sinfonia única e envolvente.
Meu único consolo é saber que jamais entrarei em conflitos com minha amada, pois esse amor puro e silencioso há de perdurar para sempre.
Com o passar dos anos, provavelmente todo esse amor se tornará uma doce lembrança, uma estrela que brilha eternamente em meu coração, iluminando minha alma na vastidão de minha vida.
Fabio L. Borges, jornalista e cronista gaúcho