Quarta-feira, 20 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 21 de setembro de 2024
O vocalista dos Rolling Stones, Mick Jagger, 81, e David Bowie, que morreu vítima de um câncer em janeiro de 2016, se reuniram com a aclamada roteirista Lynda La Plante para discutir a ideia de um longa-metragem. Entretanto, o projeto foi rapidamente engavetado devido às discussões entre a dupla, que estava de ressaca, sobre o enredo e os personagens.
Em um trecho de seu novo livro, “Getting Away with Murder: My Unexpected Life on Page, Stage and Screen”, obtido pelo jornal Daily Mirror, Lynda escreveu: “Roteiristas de TV raramente experimentam sucessos. Ter dois sucessos é ainda mais raro… No entanto, com o triunfo duplo das séries “Windows” e “Prime Suspect”, meu telefone não parava de tocar pela primeira vez na minha carreira”.
“Uma das ligações foi do escritório do meu então agente de TV e cinema, Duncan Heath. Uma mensagem que chegou através de sua esposa, Hilary, dizia que Mick Jagger e David Bowie queriam se encontrar comigo para discutir o projeto de um filme, que aparentemente seria um thriller policial. Marcamos uma data e nos encontramos em um hotel no centro de Londres, onde eles haviam reservado uma suíte para o dia”, contou.
Lynda não conhecia os dois astros do rock pessoalmente. Ao chegar ao local, percebeu que eles estavam “claramente de ressaca” e ficou perplexa com a proposta vaga que apresentaram.
“‘Que tipo de história vocês estão procurando?’, eu perguntei. ‘Bem, pensamos em um mistério de assassinato’, Jagger disse. Perguntei se isso aconteceria em uma estrada, e ele disse que sim, antes de olhar para Bowie para confirmar”, relatou.
“‘Como assim em uma estrada?’, Bowie perguntou. ‘Como em um assassinato na estrada, enquanto uma banda de rock está em turnê?’, perguntei. ‘Não, não queremos isso. Queremos algo como ‘Assassinato no Expresso do Oriente’.”
A roteirista explicou que, naquele momento, Jagger franziu a testa e disse que eles haviam decidido contra essa ideia, mas Bowie continuou a insistir. “Eu me sentei e sorri educadamente, mas a verdade é que mal conseguia acreditar que essa era a grande ideia deles”, continuou.
A criadora de “Prime Suspect” perguntou se a dupla daria vida a estrelas do rock no trem, e Jagger disse que eles não gostariam de interpretar a si mesmos, queriam ser personagens.
“Depois disso, fiquei sentada por bons 15 minutos enquanto Jagger e Bowie discutiam e tentavam lembrar o enredo que haviam criado na noite anterior, sob a influência de Deus sabe o quê. ‘Eu poderia ser o assassino!’, gritou Jagger em certo momento. ‘Não, eu quero ser o assassino’, respondeu Bowie. ‘Ok, mas se você for o assassino, quem sou eu?’, retrucou Jagger.”
“No fim, perdi a paciência. Pedi para que eles me ligassem depois que tivessem uma ideia. Como era de se esperar, nunca mais recebi notícias de Jagger ou Bowie.”