Quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Militar indiciado pela Polícia Federal se reuniu pelo menos 13 vezes com Bolsonaro

Um dos três novos indiciados pela Polícia Federal (PF) nas investigações da trama golpista, o Tenente Portela é primeiro suplente da senadora Tereza Cristina (PP-MS) e utilizava em conversas reservadas o termo “churrasco” para se referir ao plano de impedir a posse do presidente Lula. Com o indiciamento de Portela e de outros dois militares, chega a 40 o número total de pessoas indiciadas no caso.

Segundo a PF, o tenente atuou como “intermediário” entre o governo de Jair Bolsonaro e financiadores das manifestações antidemocráticas residentes no estado do Mato Grosso do Sul.

Registros de entrada e saída no Palácio da Alvorada mostram que Portela realizou ao menos 13 visitas a Bolsonaro só em dezembro de 2022, último mês da administração do ex-presidente.

A PF aponta também que o tenente e Bolsonaro são amigos próximos desde a década de 1970, quando serviram na cidade de Nioaque (MS).

De acordo com os investigadores, mensagens trocadas no aplicativo WhatsApp entre Portela e o tenente-coronel Mauro Cid, então ajudante de ordens de Bolsonaro, mostram que ele utilizou o termo “churrasco” para fazer referência à trama golpista que se desenrolava no fim de 2022.

A PF constatou que Portela repassou a Mauro Cid “a informação de que pessoas que financiaram os atos antidemocráticos, utilizando o termo ‘colaboração da carne’, estariam cobrando a consumação do ato de ruptura institucional pelo presidente Jair Bolsonaro”.

Para os investigadores, as trocas de mensagens confirmam a atuação de Aparecido Portela na organização criminosa.

Em depoimento prestado à PF em 28 de novembro, o tenente ficou calado.

Conforme informou o blog de Malu Gaspar, no jornal O Globo, a decisão dos generais do Alto Comando do Exército é não abrir nenhum procedimento disciplinar novo contra os indiciados antes da apresentação da denúncia pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet.

Gonet já sinalizou nos bastidores que só deve apresentar sua denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) no ano que vem, mais provavelmente em fevereiro.

Novos indiciados

A PF envidou nessa quarta (11) ao Supremo um complemento para o relatório final da investigação sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. Mais três militares foram indiciados, subindo o total para 40 — entre elas, o ex-presidente Jair Bolsonaro. Os novos indiciamentos ocorreram após os três investigados terem prestado depoimento na semana passada.

Foram indiciados agora Aparecido Andrade Portela, Reginaldo Vieira de Abreu e Rodrigo Bezerra de Azevedo. Assim como os demais, a PF imputou a eles os crimes de golpe de Estado, abolição violenta do Estado de Direita e organização criminosa.

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