Sábado, 18 de janeiro de 2025

Ministro da Fazenda afirma que Bolsonaro “tem bronca” com a Receita Federal por causa de investigações feitas sobre a família dele

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad responsabilizou Jair Bolsonaro pela repercussão negativa ao anúncio da regra que aumentava a fiscalização da Receita Federal sobre transferências via Pix, que acabou revogada pelo governo federal na última quarta-feira (15), justamente após as críticas.

“Bolsonaro está um pouco por trás disso. O PL financiou o vídeo do Nikolas, e o Duda Lima, marqueteiro do Bolsonaro, foi quem produziu“, disse Haddad nessa sexta (17), em entrevista à emissora CNN Brasil. Ele não apresentou provas da relação.

O petista se referiu a uma publicação do deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) com questionamentos à iniciativa do governo Lula. O vídeo tem mais de 315 milhões de visualizações no Instagram e foi associado por analistas ao recuo na medida.

Para Haddad, o suposto envolvimento de Bolsonaro foi motivado por problemas do ex-presidente com a Receita Federal. “Penso que ele tem bronca da Receita Federal, porque ela descobriu o roubo das joias e abriu investigação sobre os mais de 100 imóveis comprados pela família Bolsonaro sem uma fonte de renda para isso. Os Bolsonaro têm um problema com a Receita“, disse.

Responsável pelo anúncio da revogação, Haddad defendeu que a regra de fiscalização não mirava as transações feitas por trabalhadores autônomos ou pequenos comerciantes, mas os sonegadores. “Ninguém está falando [em aumentar a fiscalização sobre] no feirante, no vendedor de rua, no Uber. Quiseram vender a tese de que a Receita, com os poucos funcionários que têm, vai fiscalizar o pequeno negócio“, afirmou.

A estratégia governista foi mal avaliada por interlocutores do Palácio do Planalto pelo risco de minar a credibilidade da administração. Na entrevista dessa sexta, Haddad disse que os integrantes da gestão devem se antecipar aos “mentirosos” antes de fazer declarações públicas.

Mudanças

O episódio das mudanças das regras para o monitoramento de transações financeiras em instituições de pagamento criou um grande problema para o governo no começo do ano. As redes sociais ficaram inundadas de críticas ao presidente Lula e a Haddad. Comerciantes temiam ter que pagar mais ao declarar o Imposto de Renda, por exemplo. Começaram a implementar medidas para cobrar mais no Pix ou menos em pagamentos via dinheiro.

A mudança nas regras determinava que o Fisco iria acompanhar com lupa quem movimenta mais de R$ 5 mil por mês por meio de pagamento digital. Isso não significa que foi criada uma taxa do governo por operação, como informaram publicações nas redes sociais que acuaram o governo e forçaram um recuo.

A ideia era ter uma fiscalização intensa, o que facilita a identificação de quem não paga tributos e poderia trazer mais custos na declaração do Imposto de Renda, além de uma facilidade maior para cair na “malha-fina”.

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