Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 26 de dezembro de 2024
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve as prisões preventivas dos generais Walter Braga Netto e Mario Fernandes.
Braga Netto foi preso por tentativa de interferir na investigação do plano de golpe de Estado e tentar acesso ao conteúdo da colaboração premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). Os dois foram presos no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado.
Mario Fernandes, ex-secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo Bolsonaro, é investigado também por suposto plano de morte contra Luiz Inácio Lula da Silva, Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Moraes.
O ministro segue o entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR), que se manifestou contra a soltura de ambos, e rejeitou os pedidos das defesas.
A decisão sobre Braga Netto, sob sigilo, é de 24 de dezembro. E a de Mário Fernandes é dessa quinta-feira (26).
Na decisão, o ministro detalha que a defesa de Mario Fernandes “não apresentou qualquer fato superveniente que pudesse afastar a necessidade de manutenção da custódia cautelar, ante a necessidade de resguardar ordem pública e a instrução processual penal, conforme as circunstâncias concretas evidenciadas nos autos”.
A defesa de Braga Netto disse que a decisão de Moraes era previsível e que a vai aguardar o julgamento colegiado do recurso. A CNN tenta contato com a defesa de Mario Fernandes.
Tentativa de golpe
No dia 14 deste mês, Braga Netto foi preso por determinação do ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito do golpe, que tramita na Corte.
Segundo as investigações da Polícia Federal, o general da reserva e candidato a vice na chapa de Bolsonaro em 2022 estaria obstruindo a investigação sobre a tentativa de golpe de Estado no país para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva.
A Polícia Federal identificou que o general, indiciado por ser um dos principais articuladores do plano golpista, tentou obter dados sigilosos da delação de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Após a prisão, a defesa negou que Braga Netto tenha obstruído as investigações.
Conforme as investigações, o general Mário Fernandes foi um dos militares mais engajados na tentativa de golpe e atuou tanto para convencer seus superiores como na interlocução com grupos bolsonaristas golpistas inconformados com a derrota eleitoral.