Quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Ministro Paulo Pimenta aponta participação do governo Bolsonaro no suposto planejamento de golpe e assassinatos

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Paulo Pimenta, disse que as informações divulgadas na terça-feira (19), durante a Operação Contragolpe, da PF (Polícia Federal), mostram “de forma clara a participação direta do núcleo do governo Bolsonaro” na suposta tentativa de golpe de Estado que culminaria nos assassinatos do então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, do vice Geraldo Alckmin e do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

Pimenta fez referência a trechos de documentos divulgados pelo STF, citando reuniões prévias para as ações criminosas. Uma delas teria ocorrido no dia 12 de novembro de 2022 na casa do general Walter Braga Netto.

Ministro da Casa Civil durante o governo Bolsonaro, Braga Netto foi também candidato a vice-presidente na chapa do ex-mandatário. Uma das reuniões citadas no documento teve a participação do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro Mauro Cid e do ex-assessor da Presidência Marcelo Câmara – ambos tenentes-coronéis do Exército.

Segundo Pimenta, as investigações mostram que o grupo que fazia o planejamento do golpe e dos assassinatos tinha claramente o objetivo de, através da força, impedir o cumprimento da vontade popular manifestada no pleito que elegeu Lula presidente.

“A suspeita da PF é de que reuniões possam ter ocorrido dentro da casa do Braga Netto, que nada mais é do que a figura que foi candidata a vice-presidente e que coordenava uma casa, lá em Brasília, que funcionava como quartel-general, inclusive, para a organização dos acampamentos. São fatos extremamente graves que levam para uma outra dimensão e para outro patamar a participação direta do núcleo do governo Bolsonaro na ação”, argumentou Pimenta na terça-feira durante a Cúpula do G20, no Rio.

“Nós só não tivemos uma tragédia por um detalhe, que poderia ter acontecido no 8 de janeiro. Poderia ter acontecido no dia em que eles tentaram explodir o aeroporto”, disse Pimenta.

“E poderia também ter ocorrido se essa Operação Punhal Verde Amarelo tivesse tido êxito, com a audácia de matar o presidente da República e o vice. No relatório, eles falam da necessidade de aniquilar a chapa, composta, então, pelo presidente Lula e pelo Alckmin, além de sequestrar para tirar a vida do Alexandre de Moraes. Segundo eles, havia a necessidade de que os três fossem aniquilados, fossem abatidos, para que a ação criminosa pudesse chegar ao seu objetivo”, acrescentou.

De acordo com Pimenta, Lula e demais autoridades receberam com perplexidade as informações sobre a Operação Contragolpe “pela gravidade, pelos envolvidos, pela audácia e pelo risco à democracia”.

“Provavelmente, nós temos, pela primeira vez, informações sobre a participação de oficiais da ativa e também de integrante da PF. Todos eles, pessoas muito próximas ao núcleo de poder do governo anterior. Por um computador do Mauro Cid, a PF encontrou os detalhes dessa operação, que tinha por objetivo assassinar o presidente da República, o vice-presidente e também o ministro Alexandre de Moraes”, reiterou Pimenta.

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