Sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Morando há um ano com a família em Portugal, atriz Claudia Abreu não consegue se desligar da situação no Brasil

Morando há mais de um ano em Portugal com o marido e os quatro filhos, a atriz carioca Claudia Abreu não consegue se desligar da situação política e econômica no Brasil. “Estamos todos juntos nessa loucura. Por mais que fisicamente eu esteja fora, a aflição está dentro, junto”, declarou em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”.

“Tudo que esse governo provoca, a negação, o embate, está adoecendo a sociedade”, desabafou a artista, que completará 51 anos na próxima terça-feira (12). “Não dá para defender mais as armas do que vacinas, não existe isso”.

Indagada se pretende morar novamente no País, a resposta é de bate-pronto: “Com certeza, amo o Rio de Janeiro, por mais que sei que morar na cidade é estar em estado de alerta o tempo inteiro”.

A atriz passou quase seis meses gravando no Brasil a segunda temporada da série “Desalma”, do canal por assinatura Globoplay. “Por isso agora, vamos estender nossa estadia em Portugal até janeiro”, prossegue.

De Portugal, Cláudia está fazendo pós-graduação online em Artes Cênicas, pela PUC do Rio de Janeiro. “É terça e quinta à noite, com o fuso vai até 2 da manhã”. Ela conta que depois que se formou em Filosofia, em 2009, pegou gosto pela escrita.

Atualmente afastada das novelas, a atriz pode ser vista no cinema, no longa-metragem “O Silêncio da Chuva”, adaptação para o cinema do suspense policial de Garcia-Roza, dirigido por Daniel Filho – ela também colaborou com o roteiro.

Para o ano que vem, ela está escrevendo uma peça sobre a vida e obra da escritora inglesa Virgínia Wolff (1882-1941). “É uma autora que admiro muito, não consigo explicar porque exatamente, mas ela realmente me toca”.

Trechos da entrevista

– “Portugal tem a grande vantagem de ser um país calmo. É um lugar que ainda tem paz, você fica menos em estado de alerta. Sou apaixonada pelo Rio de Janeiro e não deixo ninguém falar mal da minha cidade, nas sei que morar lá é andar em estado de alerta o tempo inteiro, parar no sinal e ficar com o radar ligado. Então, realmente aqui tem uma tranquilidade que é prazerosa”.

– “Agora, curiosamente, mesmo estando aqui, não consegui sair [mentalmente] do Brasil. Ouço todos os podcasts de política, fico contando a hora que o fuso vai atualizar para poder ver o jornal. É uma angústia tão grande que a gente está sentindo com o Brasil, que não tem como desligar. Pelo menos não tenho esse distanciamento e esse ‘dane-se’ o Brasil. Estamos todos juntos nessa loucura”.

– “Por mais que fisicamente esteja fora, a aflição está dentro, junto. Acho que isso tudo que tá acontecendo com nosso País, essa divisão, tudo isso que esse governo provoca, a negação, o embate, está adoecendo todo mundo como sociedade mesmo”.

– “A sociedade brasileira está polarizada. Não é que as pessoas estão só brigando, mas alguma coisa se transformou nas relações. Você já não pode mais olhar a pessoa que defende o Bolsonaro da mesma maneira, por mais que ela tenha direito democraticamente de pensar diferente de você, mas entram os valores dela. É uma questão moral, muito mais profunda.”

– “Democracia é respeitar quem pensa diferente, até aí tudo bem. A questão é que tem limite, chega uma hora que não é simplesmente pensar diferente, entram outras coisas em jogo, caráter, sentido de coletividade, de respeito ao outro. Não dá para defender mais as armas do que vacinas, não existe isso”.

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