Quinta-feira, 09 de janeiro de 2025
Por Redação Rádio Pampa | 8 de janeiro de 2025
A formalização de que a primeira mudança na Esplanada dos Ministérios neste ano ocorrerá nos próximos dias animou os bastidores dos partidos do Centrão que dão sustentação ao governo federal no Congresso Nacional. Lideranças do bloco avaliam que esse se trata apenas de um primeiro movimento para outras eventuais alterações na composição do primeiro escalão – as seguintes, na avaliação delas, devem servir para melhor atender as siglas próximas do Palácio do Planalto.
Na terça-feira (7), o ministro da Secretaria Especial de Comunicação Social (Secom), Paulo Pimenta, confirmou que será substituído pelo publicitário Sidônio Palmeira na pasta.
Em meio a insatisfações por causa do bloqueio de pagamento de emendas parlamentares por decisão do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), na penúltima semana de 2024, parlamentares chegaram a relatar que o clima estava ainda mais tenso não apenas com o Judiciário, mas também com o Executivo.
A liberação de parte dos recursos dias depois acalmou os ânimos, mas a cobrança por melhores espaços no governo permaneceu viva.
No Centrão, há o entendimento que, a partir da entrada de Sidônio no lugar de Pimenta, os partidos ampliarão a ofensiva para serem mais bem contemplados a partir de 2025. Eles esperam ser procurados por Lula e auxiliares nas próximas semanas, antes mesmo da retomada dos trabalhos do Legislativo, marcada para o início de fevereiro.
Espaços atualmente ocupados pelo PT devem entrar na mira. Há a avaliação de que a sigla de Lula tem muitos privilégios, já que ocupa mais de uma dezena de ministérios e conta com uma bancada de pouco mais de 60 deputados e de 9 senadores.
“Sem dúvida, o PT está super-representado na estrutura do governo federal. Talvez, o caminho para o presidente Lula contemplar melhor os demais partidos aliados seja tirando o PT do controle de algumas pastas”, avaliou uma liderança de um partido de centro que entregou votos para a aprovação de matérias importantes para o Executivo nos dois primeiros anos da gestão petista.
Com três pastas cada, PSD e União Brasil e MDB devem engrossar a pressão por mudanças.
Entre os deputados do PSD, prevalece a reclamação com o baixo orçamento do Ministério da Pesca, sob comando de André de Paula. Eles querem que a sigla assuma uma pasta mais robusta.
Ainda no partido de Gilberto Kassab (PSD), há a expectativa de que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), seja agraciado com algum posto quando deixar o comando do Legislativo.
Tanto dentro do União quanto no MDB, a demanda é por pastas que tenham orçamentos mais potentes e com entregas mais notáveis pelo eleitorado.
Menos contemplados, o PP, do presidente da Câmara, Arthur Lira (AL), e o Republicanos, de Hugo Motta (PB) – favorito para suceder o alagoano –, também devem fazer exigências. Para ambas as legendas, a percepção é que o presidente precisa retribuir os esforços de Lira para manter a governabilidade – o que inclui a votação de medidas prioritárias, principalmente as econômicas – e garantir que Motta tenha a mesma postura ao longo dos dois próximos anos.