Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024

Mudanças climáticas contribuíram para gerar 200 mil casos de doenças renais no Brasil em 15 anos

As mudanças climáticas contribuíram para gerar cerca de 202 mil casos de doença renal no Brasil entre 2000 e 2015, segundo um estudo publicado na revista científica “The Lancet Regional Health – Americas”.

Os dados apresentados na pesquisa mostram que 7,4% das hospitalizações por enfermidade nos rins podem ser atribuídas ao aumento da temperatura. Embora já fosse conhecida a influência que o aquecimento global tem na saúde, essa foi a primeira vez que uma pesquisa quantificou esse problema.

Os pesquisadores, liderados pelo professor Yuming Guo e o especialista Shanshan Li, analisaram um total de 2.726.886 hospitalizações por doenças renais registradas durante 15 anos, avaliando internações diárias de 1.816 cidades no Brasil.

De acordo com o professor Guo, para cada aumento de 1 grau na temperatura média diária, há um aumento de quase 1% na doença renal, sendo os mais afetados mulheres, crianças menores de 4 anos e pessoas com mais de 80 anos. As associações entre temperatura e doenças renais foram maiores no dia da exposição a temperaturas extremas, mas permaneceram por 1 a 2 dias após a exposição.

No artigo, os autores, entre os quais estão pesquisadores da Universidade de São Paulo, argumentam que o estudo “fornece evidências robustas de que mais políticas devem ser desenvolvidas para prevenir hospitalizações relacionadas ao calor e mitigar as mudanças climáticas”.

“No contexto do aquecimento global, mais estratégias e políticas devem ser desenvolvidas para prevenir hospitalizações relacionadas ao calor”, afirmam, de acordo com o site de divulgação científica “Eurekalert”.

Por isso, o grupo ressaltou a importância da aplicação urgente de políticas governamentais a respeito do controle das mudanças climáticas.

“Além disso, deve-se dar atenção aos países de renda baixa e média como o Brasil, onde sistemas confiáveis de alerta de calor e medidas preventivas ainda são necessários”, diz o professor Guo.

A pesquisa verificou que, em comparação com a década anterior, a incidência de morte por doença renal aumentou 26,6%, o que foi, em parte, consequência das mudanças climáticas. Foi estimado ainda que 92.207 e 255.486 mortes adicionais podem ser atribuídas ao aumento da temperatura em 2030 e 2050, respectivamente.

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