Segunda-feira, 23 de dezembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 25 de junho de 2019
A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados recebeu, nesta terça-feira (25) o jornalista americano Glenn Greenwald, editor do The Intercept Brasil. Na audiência, Glenn comentou sobre as mensagens divulgadas por sua publicação, atribuídas ao ex-juiz Sergio Moro, atual ministro da Justiça e Segurança Pública, e a procuradores da Operação Lava Jato.
Glenn defendeu que publicações jornalísticas importantes utilizam “informações e documentos muitas vezes roubados”. Além disso, o jornalista afirmou que as matérias do seu site visam “ fortalecer e não enfraquecer a luta contra a corrupção”, pois estão trabalhando muito e sabem da importância do que estão publicando: “O jornalismo que estamos fazendo está afetando esse país”. Durante a audiência, a deputada Carla Zambelli (PSL) o desafiou a divulgar os áudios que afirma possuir e Glenn respondeu dizendo que a parlamentar se arrependeria muito do pedido. Carla deixou a sala.
O jornalista respondeu questões dos parlamentares inscritos para falar e de deputados que haviam perdido o prazo. Em seu discurso final, Glenn destacou a sua equipe, a qual falou que é composta por profissionais jovens e eficientes. Ele ainda destacou que estão fazendo parcerias com outras equipes “inclusive veículos da grande mídia que, no passado, nunca pensamos que iríamos trabalhar como parceiros, exatamente porque sabemos da importância de que esse material saia com credibilidade e com confiança”.
Outro ponto ressaltado por ele é o fato de não ser brasileiro. Glenn explicou que, por seu marido ser do Brasil e seus dois filhos também, o país é seu “lar”. Ele ainda destacou que sua motivação é que o trabalho que estão fazendo “é fundamental para o futuro dessa democracia”. Para o jornalista, isso não é sobre Lula versus Moro ou direita versus esquerda; é sobre “como a democracia vai funcionar”. Segundo o editor do The Intercept, é preciso garantir duas coisas: uma imprensa livre para que “todas pessoas que são poderosas não possam fazer nada nas sombras, só com transparência” e “um processo judicial totalmente justo”.