Segunda-feira, 25 de novembro de 2024
Por Redação Rádio Pampa | 28 de junho de 2022
A Netflix resolveu cortar cenas de um estupro que seria sofrido pela personagem de Klara Castanho na segunda temporada de “Bom Dia, Verônica”, ainda sem data de estreia. As informações são do site Notícias da TV. Procurada, a Netflix ainda não havia respondido as solicitações.
Segundo a publicação, o assédio cometido pelo próprio pai da jovem será apenas sugerido e não mais mostrado. A primeira edição já foi feita nesse tom. A publicação indica que a plataforma tem tomado muito mais cuidado com o conteúdo delicado após a exposição do caso real que Klara contou ter sofrido. A atriz assinou com a Netflix antes de ter sido vítima da violência em sua vida particular.
Na trama, o personagem estuprador é interpretado por Reynaldo Gianecchini. Além de assediar a própria filha, de 18 anos (papel de Klara), ele também faz o mesmo com a mulher, personagem da atriz Camila Márdila.
Com o tempo, o líder religioso acima de qualquer suspeita que até então não levantará nenhuma desconfiança na comunidade sofrerá com uma caçada da polícia e deverá começar a ser desmascarado.
O caso
No último sábado (25), a atriz Klara Castanho, de 21 anos, divulgou uma carta em que revelou que foi vítima de estupro, engravidou e decidiu entregar a criança para adoção seguindo todos os trâmites legais. A atriz não queria expor esse episódio de sua vida, mas sites e redes de fofocas trouxeram não só a história a público, mas também especulações e ataques à atriz.
“Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo”, declarou Klara na carta.
Tudo começou com um post do jornalista Matheus Baldi no dia 24 de maio, dizendo que Klara teria dado à luz a uma criança. A pedido da própria atriz esse post foi apagado, mas a notícia se espalhou. Na última quinta-feira (23), a apresentadora Antônia Fontenelle incitou ainda mais os comentários contra Klara na internet.
Sem citar o nome da atriz, ela disse em uma live, em tom bastante agressivo, que uma atriz de 21 anos teria engravidado e entregue o bebê para adoção. E depois disso, Klara se manifestou pela primeira vez sobre o assunto, através de uma carta aberta em sua rede social.
“Fui estuprada. Relembrar esse episódio traz uma sensação de morte porque algo morreu em mim”, declara a Klara.
“Bom, agora a notícia se tornou pública, e com ela vieram mil informações erradas e ilações mentirosas e cruéis. Vocês não têm noção da dor que eu sinto. Tudo o que fiz foi pensando em resguardar a vida e o futuro da criança. Cada passo está documentado e de acordo com a lei. A criança merece ser cuidada por uma família amorosa, devidamente habilitada à adoção, que não tenha lembranças de um fato tão traumático. E ela não precisa saber que foi resultado de uma violência tão cruel. Como mulher, eu fui violentada primeiramente por um homem e, agora, sou reiteradamente violentada por tantas outras pessoas que me julgam. Ter que me pronunciar sobre um assunto tão íntimo e doloroso me faz ter que continuar vivendo essa angústia que carrego todos os dias. A verdade é dura, mas essa é a história real. Essa é a dor que me dilacera”, diz Klara.