Terça-feira, 14 de janeiro de 2025

Nicolás Maduro diz que a Venezuela se prepara com Cuba e Nicarágua para luta armada

O presidente da Venezuela Nicolás Maduro disse no sábado (11) um dia após tomar posse para o seu terceiro mandato, que o país se prepara, com Cuba e com a Nicarágua, países aliados, para “pegar em armas” para se defender.

Em discurso no evento de encerramento do Festival Mundial Antifascista, realizado em Caracas, o presidente venezuelano afirmou que é preciso ter capacidade de “derrotar pacificamente o “fascismo”, mas “se for o caso”, poder “enfrentá-lo com armas na mão e a luta armada legítima da humanidade”.

“A Venezuela vai se preparando junto com Cuba, com a Nicarágua, com nossos irmãos maiores do mundo, para se um dia tivermos que pegar em armas para defender o direito à paz, à soberania e os direitos históricos de nossa pátria. Batalhar na luta armada e voltar a ganhar”, expressou Maduro no evento, do qual participaram integrantes do Partido dos Trabalhadores e do Movimento Sem Terra do Brasil.

A fala ocorre após países da União Europeia, Estados Unidos, Reino Unido e Canadá aumentarem as sanções contra a Venezuela, e depois do ex-presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, pedir uma intervenção militar internacional, “preferencialmente apoiada pela Organização das Nações Unidas”, para tirar o chavismo do poder e organizar eleições livres no país.

Na última sexta-feira (10), instantes antes da posse de Maduro, o comandante estratégico operativo das Forças Armadas da Venezuela, o general Domingo Hernández Larez, postou vídeos nas redes sociais exibindo mísseis apontando para o céu, afirmando que “a pátria se defende”.

A Venezuela também fechou suas fronteiras e seu espaço aéreo diante da afirmação do opositor Edmundo González de que entraria no país para tomar posse. Atas publicadas pela oposição venezuelana indicam que o ex-candidato teria ganhado as eleições presidenciais de julho. O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país, no entanto, atribuiu a vitória a Maduro.

Diante de ameaças de prisão e de que seu avião fosse ser abatido, o opositor afirmou depois que irá à Venezuela posteriormente, no momento adequado.

Nos dias anteriores à posse, Maduro afirmou que em cada fábrica e lugar de trabalho do país deveria haver “corpos de combatentes” armados da Milícia Nacional Bolivariana, uma força conformada por civis treinados e ex-militares que atuam como um organismo auxiliar aos militares.

A oposição venezuelana e a maioria da comunidade internacional não reconhecem os resultados oficiais das eleições presidenciais de 28 de julho, anunciados pelo CNE da Venezuela, que dão vitória a Nicolás Maduro com mais de 50% dos votos.

Os resultados do CNE nunca foram corroborados com a divulgação das atas eleitorais que detalham a quantidade de votos por mesa de votação.

A oposição, por sua vez, publicou as atas que diz ter recebido dos seus fiscais partidários e que dariam a vitória por quase 70% dos votos para o ex-diplomata Edmundo González, aliado de María Corina Machado, líder opositora que foi impedida de se candidatar. O chavismo afirma que 80% dos documentos divulgados pela oposição são falsificados. Os aliados de Maduro, no entanto, não mostram nenhuma ata eleitoral.

O Ministério Público da Venezuela, por sua vez, iniciou uma investigação contra González pela publicação das atas, alegando usurpação de funções do poder eleitoral.

O opositor foi intimado três vezes a prestar depoimento sobre a publicação das atas e acabou se asilando na Espanha no início de setembro, após ter um mandado de prisão emitido contra ele.

Diversos opositores foram presos desde o início do processo eleitoral na Venezuela. Somente depois do pleito de 28 de julho, pelo menos 2.400 pessoas foram presas e 24 morreram, segundo organizações de Direitos Humanos. As informações são do portal de notícias CNN Brasil.

 

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